Crise no meio-campo do Arsenal já ameaça disputa pelo título da Premier League

Isso aconteceu com pouco mais de 20 minutos restantes na vitória da Noruega sobre a Áustria, na Liga das Nações. Martin Odegaard se chocou com Christoph Baumgartner. Imediatamente, os sinais não eram bons.

O capitão dos Gunners logo começou a se contorcer de dor no gramado. E, após receber alguns cuidados, saiu de campo com lágrimas escorrendo pelo rosto. Os comentários pós-jogo do técnico da Noruega, Stale Solbakken, também não ajudaram muito a melhorar o ânimo.

"Parecia ruim no vestiário também. Ele não conseguiu continuar. É certo que o Arteta não vai me ligar esta noite para me elogiar", afirmou, brincado.

Baumgartner pelo menos se desculpou pelo seu lance. "Gostaria de pedir sinceras desculpas a Martin Odegaard. Nunca foi minha intenção machucar esse jogador fantástico. Desejo a ele tudo de melhor e uma rápida recuperação! Volte mais forte", escreveu, no Instagram.

Não demorou para as especulações sobre quanto tempo ele ficaria fora começarem a surgir. E a falta de informações concretas rapidamente levou a uma série de cenários pessimistas.

A principal preocupação era se Odegaard havia sofrido uma fratura, o que poderia deixá-lo fora de ação por vários meses. Felizmente para Arteta, uma entrevista com o médico da equipe da Noruega, logo após o meio-campista ser fotografado usando muletas para embarcar em um voo de volta a Londres, trouxe atualizações:

"Essas lesões no tornozelo costumam levar pelo menos três semanas", disse Ole Sand, ao VG. "Qualquer coisa além disso é um bônus, e pode levar mais tempo. O que obtivemos até agora do exame de ressonância magnética em Londres é que provavelmente não há fratura no tornozelo. O Arsenal está quase certo de que não há fratura, mas isso ainda pode levar algum tempo. Em caso de fratura, estamos falando de um período de ausência de mais de seis semanas".

Então, mesmo que se recupere o mais rápido possível, Odegaard é quase ausência certa para alguns dos maiores jogos da temporada dos Gunners. No domingo (15), o clube visita o Tottenham Hotspur Stadium para o Dérbi do Norte de Londres. Depois disso, começam sua campanha na Champions League, contra o Atalanta. E então, no domingo, 22 de setembro, eles vão ao Etihad Stadium para o jogo mais difícil da Premier League. Três jogos importantíssimos - todos fora de casa.

Perder seu jogador-chave no meio-campo para essas três partidas dói muito. No entanto, não é apenas a qualidade dos adversários que torna a ausência de Odegaard tão prejudicial. Sua lesão coincidiu com a de um de seus possíveis substitutos.

O Arsenal foi paciente em sua busca por Mikel Merino, anunciando, enfim, o acordo de €38,5 milhões poucos dias antes do fechamento da janela de transferências. O espanhol poderia ter jogado contra o Brighton, mas acabou se lesionando durante o treino, dias antes.

"É uma pena. Ele tem uma lesão no ombro e parece que ficará fora por algumas semanas. Ele caiu no chão e o Gabi (Gabriel Magalhães) caiu em cima dele. É uma fratura provavelmente", revelou Arteta. Posteriormente, foi divulgado que o recém-chegado ficará de fora até novembro.

Para piorar ainda mais a situação, Declan Rice também não poderá enfrentar o Tottenham neste fim de semana. Embora ele tenha jogado os dois jogos da Inglaterra na Nations League sem nenhum problema, está suspenso para o dérbi após seu polêmico cartão vermelho contra o Brighton, antes da Data Fifa.

E o fato de Rice ter jogado tão bem pela seleção inglesa - ele fez um gol e distribuiu uma assistência contra a Irlanda -, só aumentará a dor de cabeça de Arteta. O técnico terá que ser criativo para resolver sua crise no meio-campo nas próximas semanas.

Claro, nem tudo está perdido. Jorginho demonstrou na temporada passada que continua sendo um jogador para grandes momentos, comandando a vitória por 3 a 1 sobre o Liverpool em fevereiro, mesmo depois de pouca rodagem, além de se destacar nas vitórias sobre Newcastle e Sevilla. Como resultado, é provável que ele comece como o volante mais recuado no domingo.

Riccardo Calafiori poderia ter oferecido outra opção, mas - adivinha? - também sofreu uma lesão nesta Data Fifa, embora o técnico da Itália, Luciano Spalletti, tenha dissipado as preocupações por uma contusão mais séria.

Thomas Partey havia sido utilizado nessa função de primeiro volante até agora nesta temporada, mas ele deve se sentir confortável jogando um pouco mais avançado, considerando seu gol na importante vitória sobre o Aston Villa, em agosto. Ele mostrou que pode ser mais influente no setor ofensivo.

A tendência é que Kai Havertz seja recuado, então, para o meio-campo. O alemão tem sido um centroavante bem eficaz para os Gunners em 2024, mas a necessidade pode fazê-lo voltar à sua posição mais recuada. Mas isso criará problemas secundários, já que, considerando que Gabriel Jesus ainda não está à disposição, o 'super substituto' Leandro Trossard pode precisar ser utilizado como 9.

Se reorganizar o time já não fosse grande tarefa, Arteta agora terá que remodelar o Arsenal nesta crise no meio de campo, em um dos momentos mais importantes da temporada. Se esse 'meio-campo 2.0' não funcionar desde o início, mais um ano sem o caneco inglês pode acabar pintando.

Semanas decisivas para Arteta e Arsenal se aproximam...