Como a Inglaterra deve jogar na nova era Thomas Tuchel

A posição de Jordan Pickford na seleção inglesa foi questionada após a derrota para a Grécia em outubro, o que resultou em sua substituição contra a Finlândia, com Dean Henderson assumindo a titularidade. No entanto, Pickford deu uma resposta em Atenas, garantindo a vitória com defesas importantes e saídas precisas.

Pelo Everton, Pickford tem se destacado, sofrendo apenas quatro gols nos últimos sete jogos e mantendo três partidas sem ser vazado. Enquanto Henderson e Aaron Ramsdale enfrentam dificuldades, Pickford se firma como a melhor opção para o novo técnico.

Ezri Konsa se destacou ao ser convocado para a Euro 2024, embora lesões o tenham impedido de jogar mais, com apenas duas aparições em seis jogos sob o comando de Carsley. Ele também teve que sair no intervalo da partida contra a Grécia na última quinta-feira.

No entanto, se conseguir se manter saudável, Konsa tem todas as qualidades para brilhar sob o comando de Tuchel, especialmente se o técnico optar por uma defesa com três zagueiros. Sua experiência jogando tanto como lateral quanto como zagueiro direito pelo Aston Villa o torna uma boa opção.

John Stones perdeu os últimos dois jogos do período de Carsley no comando, mas quando ele retornar à plena forma, pode esperar ser convocado por Tuchel. O alemão certamente valorizará a experiência do jogador do Manchester City, bem como sua capacidade de jogar desde a defesa e avançar para o meio-campo quando necessário. O poderio aéreo de Stones em escanteios também será um ponto positivo na hora da escolha.

Marc Guehi foi uma das revelações da Inglaterra na Euro 2024 e desde então tem mostrado grande evolução. Com as lesões de Stones, Harry Maguire e Levi Colwill, ele se tornou o zagueiro mais confiável da seleção nos últimos seis meses.

O capitão do Crystal Palace teve boas atuações contra a Grécia e a Irlanda na semana passada, destacando-se pelo seu jogo aéreo, e deve ser uma peça fundamental na defesa sob o comando de Tuchel.

Trent Alexander-Arnold nunca se firmou no time de Gareth Southgate devido a diferenças de estilo e forte concorrência. No entanto, com a chegada de Tuchel, o cenário pode mudar. O técnico alemão, que já explorou ao máximo o potencial de Reece James no Chelsea e reposicionou Joshua Kimmich do meio-campo para a lateral no Bayern, deve estar animado para trabalhar com o craque do Liverpool, conhecido por querer reinventar a função de lateral-direito.

Jogando como ala em um esquema com três zagueiros, Alexander-Arnold teria mais liberdade para avançar e explorar seu talento ofensivo. Além disso, ele poderia se posicionar mais centralizado, ajudando a equipe a dominar o meio-campo.

Declan Rice foi um dos muitos jogadores que pdeiu dispensa da última convocação da Inglaterra devido a preocupações com lesões, mas não há dúvida de que ele será uma parte importante dos planos de Tuchel. O jogador do Arsenal será responsável por manter o meio-campo unido e proteger a defesa, e Rice sempre pode contar com a ajuda extra do terceiro zagueiro.

Jude Bellingham foi destaque na vitória da Inglaterra contra a Irlanda, participando de três dos cinco gols da equipe com uma atuação impressionante. Ele promete ser peça-chave para Tuchel. Durante a campanha da Euro 2024, Southgate tentou, sem sucesso, encaixar Bellingham e Phil Foden juntos no meio-campo.

Tuchel pode optar por uma abordagem mais direta, escolhendo apenas um como titular e deixando o outro como opção no banco. Bellingham, que brilha no Real Madrid, deve ter prioridade por sua capacidade de atuar tanto como criador quanto como marcador no esquema do novo treinador.

Anthony Gordon pode não ser o ala mais convencional, mas é a melhor opção da Inglaterra diante das lesões constantes de Luke Shaw e da falta de experiência de Lewis Hall.

O jogador do Newcastle combina resistência e fôlego para cumprir as funções defensivas exigidas na posição, além de oferecer qualidade no ataque.

Bukayo Saka tem sido um dos jogadores mais destacados da Inglaterra nos últimos quatro anos, atuando de forma consistente nas eliminatórias e nos grandes torneios. Ele pode assumir ainda mais responsabilidade em marcar gols sob o comando de Tuchel ao entrar mais na área e deve buscar se aproximar dos números que ele produz regularmente no Arsenal

Cole Palmer confessou estar confuso por não ter mais oportunidades durante a campanha da Inglaterra na Euro — e ele não foi o único a ficar insatisfeito. Tuchel não pode repetir o erro de Southgate e precisa aproveitar ao máximo o talento promissor do jogador do Chelsea.

Escalá-lo atrás do atacante principal, com liberdade para se movimentar pelas pontas, seria uma forma eficaz de explorar seu potencial.

"Conseguimos tirar o capitão da Inglaterra da Premier League, foi uma grande transferência e estamos muito felizes." Foi assim que Tuchel descreveu a contratação de Harry Kane pelo Bayern de Munique no ano passado. O treinador soube explorar o melhor do atacante, que marcou 44 gols e deu 12 assistências em sua única temporada juntos. Por isso, é natural que Kane seja indispensável no esquema do alemão.

Ainda assim, é válido questionar a mobilidade e a longevidade de Kane. Ele não deve ser intocável, como foi sob o comando de Southgate, especialmente com atacantes como Ollie Watkins prontos para ganhar espaço. Mas, quando está em forma, Kane é a escolha certa para liderar o ataque.