“Vini provoca a perseguição” e “Fala de Gabigol [após a final da Copa do Brasil] foi desnecessária”. Se você é uma pessoa cronicamente online, há de ter cruzado, nos últimos dias, com clipes de Vanderlei Luxemburgo entrando de sola em dois dos temas mais polêmicos dos últimos tempos. Além de fornecer matéria-prima para várias “Choquei” da bola, as falas de um dos maiores técnicos da nossa história ajudam a entender como uma mistura de pai durão com quartel militar, com ênfase em disciplina e hierarquia, ainda rege algumas das cabeças mais importantes do futebol brasileiro.
Antes de mais nada, vamos separar o joio do trigo. Sou luxemburguista convertido, comungo de várias das avaliações dele sobre o futebol atual e o acho um personagem dos melhores. Isso não muda quem ele é. Luxemburgo é um produto do meio que ele vive, cresceu sobrevivendo e cultivou uma imagem de malandro mas, uma vez que foi ocupar cargo de comando, exerceu sua liderança com imposição de disciplina.
Luxa toma vinho com jogador, gosta de samba e flexiona as regras quando o pedido é feito diretamente a ele, mas não admite insubordinação e é capaz de rebater o presidente do Real Madrid quando questionado em público. Todas essas histórias, contadas com graça, mas à exaustão, estão à disposição de quem quiser curtir três horas dele no Charla ou uma hora e meia de Benja Me Mucho, pra ficar nos dois podcasts em que ele deu as caras nos últimos dias. A disciplina até pode ser negociada, mas a autoridade dele nunca.