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Promessa de fim com Argentina foi só o início: o fantasma que Lionel Messi exorcizou entre as Copas Américas

A taça da Copa América nos Estados Unidos terminou de forma especial. Dos 16 participantes desta edição, seis foram da CONCACAF, incluindo os anfitriões norte-americanos. Foi a segunda vez que o país recebe o torneio, lembrando que a Copa América Centenário, em 2016, também foi disputada lá e chegou a um fio de criar uma ruptura gigante na história do mundo da bola. Afinal, foi lá que Lionel Messi quase decretou o fim de seu ciclo na seleção argentina.

A situação atual de Messi é bem diferente, um campeão do mundo e da Copa América duas vezes seguidas que passa os últimos anos de sua carreira tranquilo no futebol dos Estados Unidos.

Porém, aquele fatídico vice em 2016 e as falas de Messi que chegavam nos ouvidos dos argentinos, como um golpe quase fatal, ainda ficam na memória. Felizmente, para o torcedor da Albiceleste, tudo isso acabou se transformando em uma história de superação.

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  • Lionel Messi Argentina Copa America 26062016Getty Images

    O que aconteceu?

    O dia 26 de junho de 2016 marcou uma das piores noites da carreira de Lionel Messi. Uma das derrotas mais dolorosas - ou, a maior delas. A seleção argentina perdia para o Chile pelo segundo ano consecutivo na final da Copa América e, em apenas três anos, somava seu terceiro vice-campeonato.

    Apesar do segundo lugar ser de toda a equipe, a imagem do pós-jogo sempre foi focada em Messi. Desolado. Sem conseguir conter o choro. A um fio de anunciar uma decisão que estava prestes a tomar. Foi desta forma que a decepção contra a seleção chilena o fez quase desistir de tudo com a Albiceleste.

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  • "Isso não é para mim"

    Já era mais de meia noite quando Messi quebrou o silêncio do vestiário da Argentina, abriu a porta, enfrentou os microfones e soltou a bomba: "Já era, acabou a seleção para mim."

    "Tentei muito, dói mais em mim do que em qualquer um não conseguir ser campeão com a Argentina. Mas é assim, não deu e, infelizmente, vou embora sem conseguir isso (...) É incrível, mas não acontece para mim, evidentemente tem que ser assim, hoje aconteceu de novo, e de novo nos pênaltis".

    Para deixar clara sua posição, ele afirmou: "Acho que é para o bem de todos, primeiro para mim e depois para todos. Acho que há muita gente que deseja isso. Obviamente, ninguém se conforma e nós também não nos conformamos em chegar à final e não ganhá-la. Perdemos de novo nos pênaltis, mais uma vez em um jogo muito equilibrado, mas acho que já tomei a decisão."

  • "Eu voltei!"

    A aposentadoria durou apenas 45 dias. Tata Martino já havia deixado a comissão técnica da Argentina e a seleção estava no fundo do poço. Porém, Patón Bauza, treinador que viria na sequência, foi até Barcelona para conversar com o craque, e Messi não resistiu. No dia 12 de agosto, um comunicado oficial foi emitido confirmando sua convocação para as Eliminatórias da Copa do Mundo da Rússia de 2018.

    "Me dei conta de que ele estava ligado, nunca se desligou da seleção. Além disso, o povo o quer. Contei-lhe que em Ezeiza (Buenos Aires) todo mundo me dizia para mandar cumprimentos a ele e disse 'Não ligue para os cem idiotas que estão sempre por aí'", revelou o técnico algum tempo depois.

    O retorno, como não podia ser de outra maneira, foi com o cabelo platinado e um golaço de falta sobre o Uruguai, em Mendoza, desabafando algo que estava na garganta há, pelo menos, três anos. Messi estava de volta.

  • Argentinien Lionel Messi Copa America 2021 Finale Pokal JubelGetty Images

    Caminho árduo

    Mas o caminho não foi fácil. A Argentina precisou de três gols do camisa 10 contra o Equador, na última rodada daquelas Eliminatórias, para se classificar para a Copa do Mundo. E uma vez na Rússia, caiu nas oitavas de final, para a França, após uma fase de grupos bem abaixo do esperado.

    Um ano depois, Messi mostrou outra faceta de sua personalidade: se revoltou com a CONMEBOL após a derrota para o Brasil na semifinal da Copa América, alegando erros da arbitragem em um lance envolvendo o volante Arthur em contato com Nicolás Otamendi, dentro da área brasileira, e em um possível pênalti cometido por Daniel Alves em Sergio Aguero segundos antes do segundo gol da seleção brasileira.

    Com a volta do calendário do futebol após a pandemia de COVID-19, e pouco tempo após sua bombástica saída do Barcelona, Messi enfim conseguiu um título com a Albiceleste. Foi na revanche da Copa América, na final contra o Brasil em pleno Maracanã. Aquile seria apenas um trampolim para o que estaria por vir no Qatar, com a conquista da Copa do Mundo de 2022.

    No dia 25 de junho de 2024, quase oito anos após aquele fatídico "adeus", a Argentina visitou o MetLife Stadium pela segunda rodada da fase de grupos da Copa América, para enfrentar um já conhecido rival: o Chile. O astro, então, mesmo lidando com uma pequena lesão no músculo adutor da coxa, exorcizou a imagem criada em 2015 e 2016 em uma vitória por 1 a 0.

    O mesmo torneio que lhe assombrou na década passada lhe deu a oportunidade de afastar todos os seus pesadelos. A seleção argentina voltou à mesma Nova Jersey daquele passado agora mais distante, para, desta vez, derrotar o Canadá na semifinal e garantir a passagem para Miami. A decisão marcou a quarta volta olímpica de Messi com a seleção que ele jamais abandonou.