Chelsea vai cometer um erro grave se permitir que Christopher Nkunku vá para o Bayern de Munique

Qual será o legado de Nkunku em Stamford Bridge? Parece incrivelmente injusto chamá-lo de fracasso, e há uma sensação de que - caso ele saia - essa relação terminará antes de realmente ter tido a chance de florescer.

Após uma transferência de £52 milhões para o Chelsea vindo do RB Leipzig no meio de 2023, uma lesão grave na pré-temporada, poucos dias antes do início das competições, efetivamente descartou a primeira metade da campanha de estreia do francês.

Ele só retornaria na véspera de Natal, marcando em sua estreia na Premier League contra o Wolverhampton, mas outro contratempo em fevereiro do ano passado significou que ele só conseguiu fazer 14 aparições durante a temporada 2023/24. Nkunku ainda conseguiu três gols em apenas 517 minutos de ação, o que equivale a menos de seis partidas completas.

Houve uma esperança de que esta temporada seria diferente depois que o jogador de 27 anos ficou livre de lesões na pré-temporada, mas Nkunku perdeu espaço devido à forte concorrência por vagas, com Nicolas Jackson sendo preferido como o atacante centralizado e ganhando a confiança do treinador com nove gols até agora.

O homem que muitos acreditavam que seria um dos principais jogadores de ataque do Chelsea teve que se contentar com um papel de destaque no 'time B' de Maresca nas competições de copa, acumulando 17 participações em gols em 1.180 minutos (13 jogos completos) - mas apenas três desses vieram na Premier League.

Nkunku é tecnicamente o artilheiro dos Blues nesta temporada, ao lado de Cole Palmer (13), e não há dúvida de que ele é uma das ameaças de ataque mais potentes do clube quando está em forma e atuando. Um finalizador mortal dentro da área que também é uma força criativa ao seu redor.

Mas a falta de minutos em meio à forma de Jackson e à lealdade inabalável de Maresca ao atacante senegalês - mesmo quando ele está em má fase - estão custando ao francês. Houve inúmeras ocasiões em que Jackson estava jogando mal com Nkunku sentado no banco até os últimos 10 ou 15 minutos, quando ele teve pouco tempo para fazer diferença. Parece que ele está perdendo a paciência com isso.

Enquanto os primeiros seis meses sob seu comando foram sem dramas, com o Chelsea fazendo progressos suaves e até avançando para os dois primeiros da Premier League, algumas fissuras começam a aparecer enquanto Maresca tenta apaziguar um elenco repleto de talento e grandes egos.

A chegada da janela de transferências de janeiro certamente fez com que alguns descontentamentos latentes viessem à tona, com um grupo de jogadores sem tanto espaço pressionando por uma saída, incluindo Nkunku.

"Temos 25 jogadores que todos querem jogar, mas isso não é possível," disse Maresca em uma coletiva de imprensa esta semana. "É impossível (manter todos felizes) porque os que não estão jogando não vão ficar felizes."

"Nosso objetivo é, em primeiro lugar, fazer o melhor para o clube e para o time - isso significa tentar vencer jogos. Além disso, se pudermos manter os jogadores felizes, então estamos felizes, mas essa não é a realidade: os jogadores estão felizes apenas se jogam e, se não jogam, então não estão felizes."

"Se você me dissesse todos os jogadores que não estão felizes, estaríamos aqui com 12 jogadores. Nossa intenção não é se desfazer de jogadores." Questionado se Nkunku pediu para sair ou se seu futuro foi sequer discutido, o italiano respondeu: "Não."

A lesão da temporada passada e a falta de minutos nesta temporada nos levaram a um estranho impasse nas percepções sobre Nkunku. Ele não é considerado uma estrela da equipe, pode muito bem ser considerado dispensável e, possivelmente, foi esquecido o quão bom ele é.

A aquisição de £52 milhões do francês feita pelo Chelsea há 18 meses foi vista como um grande negócio - o tipo de jogador em torno do qual o clube poderia construir uma equipe, gastando provavelmente cerca de metade de seu verdadeiro valor na época, graças a uma cláusula de rescisão.

Ele chegou a Stamford Bridge após 32 participações para gols em 36 jogos pelo RB Leipzig, elevando suas estatísticas totais com o clube para impressionantes 70 gols e 54 assistências em 172 partidas - números verdadeiramente assustadores.

Nkunku não fez nada para sugerir que não merece mais oportunidades em Stamford Bridge, mas é claro que não está sendo utilizado o suficiente. Ao lado de Palmer e Moisés Caicedo, ele é um dos poucos jogadores no elenco que pode alegar ser verdadeiramente de alto nível.

Com o Bayern de Munique de olho, não seria nenhuma surpresa vê-lo se destacar novamente na Bundesliga se for permitido que ele saia.

É possível que Maresca já tenha tomado uma decisão sobre Nkunku e se ele faz parte de seus planos. O italiano claramente não tem medo de agir de acordo com seus instintos se acreditar que um jogador não se encaixa bem em seu sistema tático - algo que ele tem sido aberto no caso de Ben Chilwell, que é um dos que está sem jogar.

No entanto, ele tem sido menos explícito sobre por que Nkunku não é titular com regularidade, sugerindo que ele está competindo com meias ofensivos como Palmer e João Félix, apesar de ser predominantemente escalado como atacante. Com certeza, não há muito espaço para atacantes que jogam por dentro em um esquema que utiliza pontas, mas Nkunku é mais do que capaz para jogar como um centroavante de referência.

Para um jogador de sua qualidade, se espera mais flexibilidade para envolvê-lo de qualquer maneira possível. Talvez sua idade também tenha contado contra ele, com o atacante francês sendo uma espécie de veterano no grupo aos 27 anos, em meio ao foco intenso do Chelsea em jovens.

"A única coisa que eu disse desde o início é que é difícil jogar partidas com tantos jogadores ofensivos", disse Maresca após a vitória na Copa da Inglaterra sobre o Morecambe. "Para mim é bastante fácil, temos três jogadores que são mais ou menos semelhantes, João (Félix) e Cole (Palmer) e Christo (Nkunku). João jogou algumas partidas, Christo jogou, ambos jogaram contra o Ipswich, ambos jogaram contra o Southampton e o Leicester. Em algumas partidas podemos jogar com todos eles juntos, mas não em todas."

Parece que essa justificativa não é mais satisfatória para Nkunku, que fez o suficiente nesta temporada e em anos anteriores para exigir um papel mais significativo. Não se pode culpá-lo por querer mais tempo de jogo em seus anos de auge.

Mas quais são as opções do Chelsea se Nkunku sair? Com o recém-chegado Marc Guiu ainda um pouco inexperiente, os Blues ficariam com poucas opções viáveis de atacante, e a recente queda de forma de Jackson deveria ter acendido o alerta sobre sua confiabilidade em marcar gols para o restante da temporada.

Para tanto, foi noticiado que os Blues gostaria de incluir Mathys Tel no negócio que veria Nkunku indo na direção oposta. No papel, isso seria uma troca de igual para igual. Tel também vem dos subúrbios de Paris, é versátil, tecnicamente excepcional e um finalizador clínico.

No entanto, ele é oito anos mais jovem que seu compatriota, o que será, sem dúvida, atraente para um clube determinado a construir um elenco à prova de futuro. O atacante de 19 anos poderia ser uma alternativa ideal a Jackson e tem um potencial realmente de alto nível se receber tempo de jogo para se desenvolver - o que parece ser mais provável em Stamford Bridge do que na Allianz Arena, onde ele conseguiu apenas 350 minutos de ação nesta temporada sob o comando de Vincent Kompany, sem ter conseguido balançar as redes.

Isso pode se resumir ao que o Chelsea quer ser agora e onde eles se veem no futuro. Permitir que um dos poucos jogadores verdadeiramente de alto nível saia - mesmo que seja em troca de um jogador que pode se tornar um - demonstra uma falta de ambição de curto prazo e flexibilidade tática.

Enquanto o Bayern estaria adicionando mais um atacante de alta qualidade ao seu arsenal, que faria um impacto imediato enquanto perseguem o título alemão, os Blues estão dispostos a deixar um grande jogador partir em um momento crucial de sua própria temporada, enquanto tentam desesperadamente voltar para a Champions League, apostando em outro jovem em vez disso.

Certamente não se pode culpar Nkunku por querer sair, já que suas contribuições significativas para o 'time B' são ignoradas, mas isso pareceria uma saída prematura com sua história no Chelsea apenas realmente começando.