Mineirão, 28 de junho de 2014. O Brasil avançava das oitavas para as quartas de final da Copa do Mundo realizada em sua casa, depois de uma angustiante disputa de pênaltis contra o Chile. Mas a maior parte das conversas após o jogo não ficou concentrada nas duas defesas de Júlio César, nas disputas alternadas. O protagonismo foi para Thiago Silva e suas desesperadas lágrimas de alívio, e o debate repercute volta e meia quando o nome do excelente zagueiro vem à tona: capitão pode chorar?
Thiago Silva havia feito bom uso de sua cabeça naquela tarde ensolarada, dando a assistência para David Luiz abrir o placar para o Brasil antes de Alexis Sánchez deixar tudo igual. Nas disputas alternadas não chegou a ir para a cobrança. Teria sido um erro se fosse. Sua cabeça, naquele momento, estava em algum outro lugar. O camisa 3 estava de joelhos durante as penalidades, depois, atônito, ficou sentado sobre a bola em cena que ficou tão famosa quanto a sua imagem entregue aos braços de Felipão, aos prantos, após aquela classificação.
De lá pra cá, mesmo tendo somado número significante de excelentes atuações nos principais palcos do futebol e de ter levantado inúmeros títulos, foi difícil para Thiago Silva se desvencilhar daquela imagem e da impressão que ela causou naquele momento. Sua capacidade enquanto líder passou a ser, então, constantemente alvo de dúvidas e sempre que ele aparecia com uma braçadeira no braço (inclusive da seleção brasileira) surgia alguém para questionar sua qualidade enquanto capitão.
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