Pirlo, Buffon e Higuaín: a seleção da década na Serie A italiana; veja os onze

Maior goleiro da história do futebol italiano, Gianluigi Buffon conquistou sete títulos da Serie A somente na última década.

O veterano foi incluído no Time do Ano do Italiano cinco vezes e eleito o Melhor Jogador da Temporada em 2017, no auge dos seus 39 anos.

Mas sua contribuição não fica só como um paredão no gol: Gigi é também um líder nato, uma das figuras mais respeitadas no mundo da bola e nossa escolha óbvia para nossa camisa 1 - a despeito da excelente regularidade de Samir Handanovic na mesma função.

Ele foi, sem dúvidas, o membro mais subestimado da trinca defensiva da Juventus, mas talvez tenha sido o melhor defensor natural, no melhor sentido da palavra.

De fato, Andrea Barzagli nunca foi o mais alto, forte ou rápido dos defensores, mas usava sua percepção, antecipação e senso perfeito para o posicionamento para anular alguns dos melhores atacantes.

Classudo dentro e fora de campo, o humilde mas brilhante Brazagli conquistou oito Scudettos com a juventus, e fez parte do Time do Ano da Serie A em quatro anos distintos (2012, 2013, 2014 e 2016).

A decisão de Antonio Conte em utilizar uma defesa de três na Juventus foi talvez uma das mais importantes decisões da década no aspecto tático do futebol, estabelecendo uma era de sucesso sem precedentes em Turim.

Ninguém se beneficiou mais da mudança de formação do que Leonardo Bonucci, um jogador que já foi descrito como um meio-campista disfarçado de zagueiro. Assim, ele pôde deixar mais a retaguarda bianconera para mostrar sua incrível capacidade para o passe, tranquilo por saber que Barzagli e Giorgio Chiellini estariam ali para cobri-lo.

Bonucci não teve uma era sem percalços, diga-se, sua temporada desastrosa no Milan. Mas, no geral, ainda foi parte de um time sete vezes campeão nacional, e ainda foi eleito Jogador do Ano da Serie A em 2016.

Mistura ideal entre cérebro e músculos, Giorgio Chiellini foi sempre um 'gentleman' fora de campo, mas uma verdadeira besta dentro dele.

O italiano, que ainda leva na bagagem um mestrado em administração pública, é o líder incontestável na defesa da Juventus, um defensor conhecido por seu poder de concentração, determinação, percepção, bravura e tempo de bola - além de conhecer cada truque no livro no que se refere a tirar os atacantes adversários do sério.

Chiellini foi um homem-chave em cada uma das oito conquistas consecutivas da Juve na Serie A, fato reforçado por sua presença em quatro temporadas do Time do Ano na Serie A (2013, 2015, 2016 e 2018).

O suíço Lichtsteiner ficou com a medalha de campeão italiano em todas as suas sete temporadas na campeã Juventus, e Christian Maggio fez parte de três Times do Ano da Serie A (2011, 2012 e 2013) durante sua passagem no Napoli.

No entanto, para esta vaga na ala em particular, optamos por um jogador mais ofensivo para o lado direito, e José Callejón se encaixa nesse perfil.

Se precisasse atuar no setor, o espanhol é tão dedicado quanto qualquer jogador da posição e, além disso, é um dos jogadores mais consistentemente produtivos na Itália desde que o Napoli o buscou junto ao Real Madrid, em 2013: participou em mais de 110 gols pelos Partenopei desde então.

Radja Nainggolan é uma das personalidades mais honestas do futebol italiano, e seu comportamento fora de campo é alvo de muita controvérsia ao longo de sua carreira na Serie A durante suas passagens por Cagliari, Roma e Inter de Milão.

Mas, em campo, foram poucos jogadores de meio de campo mais dinâmicos do que ele no mundo nos últimos 10 anos - isso é, se é que houve algum outro.

Versátil e agressivo, com uma reserva de energia aparentemente inesgotável e técnica apurada, Nainggolan integrou o Time do Ano da Serie A por quatro anos consecutivos, entre 2015 e 2018, o que só reforça sua classe e consistência.

A transferência gratuita de Andrea Pirlo do Milan a Juventus em 2011 ajudou a mudar todo o cenário do futebol italiano. 

Na época, Buffon chamou o acordo de "o negócio do século.". A chegada de Pirlo levou os Bianconeri, que estavam vindo de dois sétimos lugares consecutivos, ao título, o primeiro da maior sequência de conquistas da Serie A da história. 

Com Pirlo comandando o meio de campo da equipe, a Juve ganhou quatro Scudettos seguidos, com o maestro sendo considerado o "Jogador do Ano" em 2012, 2013 e 2014.

Uma lenda do Napoli, Marek Hamsik já é considerado um dos jogadores mais técnicos a atuarem na Serie A, em toda a história da competição. 

A estrela da Eslováquia foi descrita por Pavel Nedved como o seu herdeiro, e ele provou que realmente tinha talento para seguir os passos do tcheco. Hamsik ficou 11 anos em San Paolo, se tornando ídolo da equipe por sua versatilidade, visão de jogo, e, acima de tudo, raça e dedicação.

Nesta década, nenhum meiocampista marcou mais gols (74) ou distribuiu mais assistências (69) que Hamsik na divisão de elite italiana. Além disso, o eslovaco também foi nomeado para o Time do Ano da Serie A por três vezes (2012, 2016 e 2017).

Contratado do Young Boys em 2011 por apenas 3 milhões de euros, Senad Lulic já se transformou em uma das melhores contratações da história da Lazio.

Um jogador versátil, que tem habilidade com os dois pés, Lulic fez o lado esquerdo dos Biancocelesti ser inteiramente seu. O bósnio já era querido pela torcida, mas se tornou ídolo de vez depois de marcar o gol decisivo que deu o título da Copa da Itália a Lazio, diante de seus arquirrivais da Roma, em 2013.

Desde então, Lulic se tornou o capitão de sua equipe, para recompensar sua paixão pelo clube. Com 33 anos, o ala ainda é um dos mais consistentes jogadores da Serie A.

Gonzalo Higuain pode até ter tido anos ruins em um passado recente, principalmente nesta última temporada, em empréstimos ao Milan e ao Chelsea, mas é inquestionável o talento e o faro de gol do argentino na Serie A. 

O centroavante só chegou na Itália em 2013, do Real Madrid, mas Higuain é o terceiro maior artilheiro da década, com 118 gols em apenas 195 jogos.

Além de ter ajudado a Juventus a vencer dois Scudettos, Higuain também fez história no Napoli em 2015-16, balançando as redes 36 vezes e quebrando o recorde de gols marcados em uma temporada na Serie A.

Antonio Di Natale não só aterrorizou as defesas durante a sua carreira na Serie A. O atacante também entrou em linha de frente contra o próprio tempo.

O pequenino napolitano foi ganhar o seu primeiro prêmio de artilheiro de uma temporada só em 2010, já com 33 anos de idade. No ano seguinte, com 34 aniversários, ele ainda defendeu o título e o conquistou novamente. Essas conquistas ganham ainda mais peso já que o atacante os venceu jogando pela mediana Udinese.

Mesmo se aposentando em 2016, Di Natale marcou um número assustador de 125 gols nesta década - mais do que qualquer jogador na Serie A.

Handanovic, Lichtsteiner e Maggio não foram os únicos jogadores que quase conseguiram entrar nesta lista na parte defensiva do campo.

O xerife do Napoli Kalidou Koulibaly quase quebrou o trio "BBC" (Barzagli, Bonucci e Chiellini) na zaga, enquanto que Davide Astori e Francesco Acerbi também fizeram parte da discussão.

No meio de campo, Arturo Vidal, Allan, Daniele de Rossi, Paul Pogba e Miralem Pjanic perderam por pouco; na lateral esquerda, Kwadwo Asamoah e Alex Sandro desafiaram Lulic pela vaga.

Enquanto isso, no ataque, Higuain e Di Natale tiveram forte concorrência de nomes como Mauro Icardi, Dries Mertens, Rodrigo Palacio, Alejandro Gomez, Josip Ilicic, Paulo Dybala e Edinson Cavani.

Cristiano Ronaldo é certamente o maior nome que atuou na liga nos últimos 10 anos, e mesmo com o português fazendo parte da campanha que levou a Juventus ao seu oitavo Scudetto consecutivo, seria injusto colocar o craque na lista depois de apenas uma temporada na Itália.

Está aí, nosso Time da Década da Serie A! 

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