Quem pode inspirar Rasmus Hojlund? Ranking dos melhores - e piores - atacantes do Manchester United na 'era Premier League'

Sánchez chegou em janeiro de 2018, após uma queda de braço com o Manchester City e através de uma troca com o Arsenal envolvendo Henrikh Mkhitaryan. No começo, parecia um ótimo negócio. Mas se provou uma das piores transferências da história do clube, ao pé em que colecionou poucos momentos memoráveis em 18 meses no Old Trafford, nos quais ganhou 400 mil libras (R$ 2,47 milhões na cotação atual) por semana. Suas atuações o tornaram alvo de memes e piadas das torcidas de City e Arsenal.

No início de 2022, o United perdeu o jogador com cinco Bolas de Ouro e o substituiu com um atacante rejeitado pelo rebaixado Burnley. Wout Weghorst era uma saída a custo baixo a fim de compor elenco. No entanto, acabou se tornando peça recorrente no time titular devido aos problemas de lesão de Anthony Martial. Ele deu duro e até teve bons momentos, mas, com o passar do tempo, ficava cada vez mais claro que simplesmente não era bom o bastante para jogar no United. Prova disso é que terminou seu empréstimo sem marcar sequer um gol.

A chegada de Radamel Falcao no último dia da janela de transferências de 2014 foi bombástica. Falcao, entretanto, teve sérios problemas físicos durante sua passagem pelo Old Trafford, vindo de uma terrível lesão no joelho, um ano antes, que o tirou de campo por nove meses e o fez perder a Copa do Mundo no Brasil. Ao todo, foram apenas quatro gols em 26 partidas no Inglês. Futuramente, o colombiano até chegou a ir para o Chelsea, mas só foi ressuscitar mesmo a carreira no Monaco.

Federico Macheda nunca foi um titular absoluto, mas, aos 17 anos, teve um início de passagem no United dos sonhos, em abril de 2009: saindo do banco com uma derrota parcial por 2 a 1 para o Aston Villa, foi o responsável pelo gol da virada no apagar das luzes, confirmando uma vitória que se provaria essencial para a conquista do título sobre o Liverpool. Uma semana depois, também anotou o tento da vitória contra o Sunderland. O problema é que o atleta não conseguiu manter a toada e acabou rodando por 12 clubes antes de encerrar a carreira. Mas, em uma semana doida, garantiu quatro pontos cruciais para os Red Devils conquistarem a Premier League.

De todos os jogadores que o United podia trazer para substituir Cristiano Ronaldo, o escolhido foi um veterano lesionado: Michael Owen. Sua contratação conseguiu desagradar tanto torcedores do Liverpool quanto dos Red Devils, sendo vaiado por sua própria torcida em uma série de jogos. As recorrentes contusões certamente não ajudaram, mas o centroavante, ainda assim, conseguia, hora ou outra, passar por cima dos obstáculos e mostrar o quão preciso era de frente para o gol. Seu melhor momento veio quando anotou o tento da vitória sobre o Manchester City, no último minuto de um triunfo por 4 a 3 no Old Trafford.

"He came from Uruguay, he made the Scousers cry". Diego Forlán sempre será lembrado com carinho pelos torcedores do United por dois gols marcados sobre o Liverpool em Anfield, mas sua passagem pelo Old Trafford não foi tão tranquila assim. Ele precisou de nove meses para anotar seu primeiro tento na Premier League e, no final das contas, acabou marcando apenas 17 vezes em 97 jogos. O uruguaio só foi dar aquela 'guinada' de fato na carreira na La Liga, no Villarreal e, posteriormente, no Atlético de Madrid.

Outro uruguaio que poderia ter tido bons tempos em Manchester. Isso se ele tivesse chegado por volta de 2015, e não como atleta sem clube em 2020. Com dificuldades para se manter em forma, demorou para estrear por conta da pandemia da Covid-19 e ainda acabou suspenso após a FA entender que uma de suas publicações nas redes sociais tinha caráter discriminatório. Ainda assim, conseguiu marcar dez gols em sua primeira temporada, marcada por bons momentos.

Bem que os torcedores do United gostariam que Danny Welbeck tivesse sido titular durante sua passagem pelo clube. Natural de Manchester, era torcedor e parecia adorar jogar pelos Red Devils. Contudo, nunca conseguiu entregar aquilo que se esperava. Em nenhum clube - em 15 anos de carreira, jogando por Sunderland, Preston, United, Arsenal e Brighton -, passou da marca de dez gols em uma temporada. Essa falta de brilho fez com que Louis van Gaal o vendesse para os Gunners, em 2014.

Adquirido em 2017 por 75 milhões de libras (aproximadamente, R$ 465 milhões) e vindo de uma temporada de 25 gols, Lukaku tinha tudo conspirando para que fosse a peça final do quebra-cabeça tático montado por José Mourinho em Old Trafford. E ele até teve um ótimo início de passagem, com sete gols em dois meses, mas esse ritmo logo caiu. Contra os rivais do Big Six, ainda, mostrou ter sérias dificuldades para decidir. Foram, ao todo, 28 gols na primeira campanha e apenas 15 na temporada seguinte. Foi peça importante na histórica virada sobre o PSG no Parque dos Príncipes, pela Liga dos Campeões, em março de 2019, mas não foi capaz de convencer Ole Gunnar Solskjaer. Acabou vendido para a Inter de Milão.

O casamento entre Zlatan Ibrahimovic e Manchester United foi uma dádiva. É uma pena que não tenha acontecido antes - ou durado um pouco mais. Aos 34 anos, o sueco tão logo chegou e já mostrava a que veio, marcando gols na vitória sobre o Leicester City na Community Shield, em sua estreia pela Premier League e em seu primeiro jogo no Old Trafford. Ibra balançou as redes 28 vezes em seus primeiros meses em Manchester, com destaque para dois gols na final da Copa da Liga de 2017, contra o Southampton, além de outros tentos contra City e Liverpool no Inglês. Essa temporada inicial foi encerrada mais cedo, porém, por uma lesão no joelho. E esse seria o início do fim de sua brilhante passagem pelo United.

Quão bom Louis Saha teria sido não fossem suas lesões? Adquirido por 12 milhões de libras (hoje, R$ 74,3 milhões) o francês teve uma ótima estreia pelo United, chegando à marca de sete gols em seus dez primeiros jogos como titular. Na temporada seguinte, contudo, teve boa fase interrompida. Mas, quando voltou à forma, anotou 28 tentos e 13 assistências, somando as temporadas 2005/06 e 2006/07, sendo peça essencial nas conquistadas da Copa da Liga, em 2006, e da Premier League, no ano seguinte. Mas parou por aí. Mais problemas com contusões e a decorrente chegada de Carlos Tévez o tiraram do radar, fazendo com que a melhor fase de sua carreira tenha sido justamente os anos antecedentes.

Anthony Martial era um 'zé ninguém' quando contratado pelo United com 19 anos, advindo do Monaco por 50 milhões de libras (R$ 310 milhões, na atual cotação). Teve, contudo, ótima primeira campanha, com 17 gols e um momento de brilho, na semifinal da FA Cup, contra o Everton, anotando um gol nos acréscimos. Mas a chegada de José Mourinho, substituindo Louis van Gaal, em 2016, mudou a história. Martial só foi reerguer a carreira com Ole Gunnar Solskjaer - e como centroavante -, com outros 17 tentos em 2019/20. Em 2022, foi emprestado ao Sevilla, mas também não impressionou. Agora com Erik ten Hag, voltou a ser selecionado como titular recorrente, mas segue tendo vida complicada pelas lesões - na última campanha, perdeu 33 jogos como desfalque.

Trazer Tévez em um empréstimo de dois anos por uma pequena quantia de dinheiro se provou um grande acerto de Sir Alex Ferguson. Foram 34 tentos e 14 assistências nesses dois anos com os Red Devils, formando uma parceria histórica com Wayne Rooney e Cristiano Ronaldo. Era sempre temido por marcar gols cruciais em retas finais de partidas e foi peça-chave nos dois títulos de Premier League que conquistou. Isso sem falar na Liga dos Campeões de 2008, quando marcou o gol do título na disputa de pênaltis, contra o rival Chelsea. O problema é que o argentino pôs tudo a perder, acertando contrato com o Manchester City.

Teddy Sheringham teve a ingrata tarefa de substituir Eric Cantona. E seu início foi péssimo, perdendo um pênalti logo na estreia, contra seu ex-clube, o Tottenham, em meio a cânticos de 'Judas' provindos da torcida da casa no White Hart Lane. Sua segunda temporada também não foi lá essas coisas. Pelo menos não até a reta final: nas finais da FA Cup e da Liga dos Campeões de 1999, ambas entrando em campo como substituto, teve grande impacto e foi figura essencial para a conquista dos títulos. Acabou se tornando um talismã da equipe a partir dali.

'Chicharito' chegou ao United depois de uma baita Copa do Mundo de 2010, pelo México. E exerceu impacto imediato, com gol logo na partida de estreia, contra o Chelsea, na Community Shield. O mexicano não tinha todos os atributos físicos de um grande atacante, mas passou por cima de desconfianças mostrando movimentação e antecipação, o tornando uma figura mortal dentro da área. Foram 33 gols nas três primeiras temporadas de Premier League, sendo um 'substituto de ouro', saindo do banco, e peça essencial na rotação do time.

Hughes iniciou a carreira nas categorias de base do United e só foi fazer sua estreia no profissional dez anos depois, seguindo um ano no Barcelona e outro no Bayern de Munique - e foi peça-chave na conquista da Premier League 1992/93, a primeira da nova era, com 15 gols. A boa fase seguiu no ano seguinte com o bicampeonato inglês, formando temida dupla com Eric Cantona até que o francês fosse suspenso pela segunda metade do campeonato. Meses depois, foi vendido para o Chelsea. Seu legado na equipe foi grande, mas acabou parcialmente manchado quando aceitou convite para treinar o Manchester City anos depois.

Sir Alex Ferguson estava tão convicto de não deixar Dmitiar Berbatov assinar com o Manchester City que, no último dia da janela de transferências de 2008, o buscou no aeroporto e o levou direto para o Old Trafford para dar um chapéu no rival e confirmar sua aquisição junto ao Tottenham. E assistir o búlgaro era bom demais! Nem sempre em um ritmo muito acelerado, era muito habilidoso e mostrava ter muita técnica, apesar de duas primeiras temporadas não tão avassaladoras. Ele só foi ter seu melhor momento em seu terceiro ano em Manchester, terminando como artilheiro, com 20 gols, e liderando os Red Devils ao título do Inglês. Inacreditável pensar que sequer relacionado para a final da Liga dos Campeões contra o Barcelona.

Robin van Persie estava no mais alto nível da carreira quando acertou com o United, em 2012, após temporada espetacular pelo Arsenal. Ele vinha como 'consolo' a Ferguson, após o doloroso vice-campeonato nacional na temporada anterior, perdendo a corrida para o Manchester City pelo saldo de gols, após a histórica vitória do rival sobre o Queens Park Rangers. E Van Persie não precisou de tempo de adaptação nenhum para logo recolocar o United na trilha do título, conquistado antecipadamente ainda em abril - no jogo que confirmou a conquista, inclusive, contra o Aston Villa, marcou um hat-trick. Terminou a campanha com 27 gols, melhor marca da história do clube. Sob o comando de David Moyes, não teve tanto sucesso, mas já estava com nome estampado dentre o hall dos ídolos.

O 'brinquedinho assassino' era outro 'zé ninguém' quando chegou ao United, em 1996, após o clube falhar na contratação de Alan Shearer. O norueguês, contudo, se provou um encaixe perfeito, com um comprometimento invejável. O United concordou em vendê-lo ao Tottenham no meio de 1998, mas acabou convencido do contrário após Solskjaer pedir para permanecer. E deu certo: teve a melhor temporada da vida, com direito a gol nos acréscimos na final da Liga dos Campeões, contra o Bayern de Munique, para confirmar uma inédita tríplice coroa. Balançando as redes em 126 ocasiões, deixou o clube, em 2007, como uma lenda e retornou em 2018, dessa vez como técnico.

"Fazendo amor e marcando gols: há alguma melhor maneira de gastar seu tempo neste planeta?" Esta frase resume perfeitamente Dwight Yorke, que sempre pareceu ser o homem mais feliz do mundo. Mas Yorke conseguiu bem mais do que sorrisos, se provando um marcador de gols impiedoso e criativo. Após ótimo início de passagem, marcando duas vezes em sua estreia, contra o Charlton, logo encontrou sua dupla ideal, Andy Cole. Yorke anotou 53 tentos em suas duas primeiras temporadaspelo United, contribuindo com 25 passes para tentos. Sua vida 'festeira' pareceu ter tido influência no terceiro ano, mas, ainda assim, foram 12 gols, com direito a ha-trick sobre o Arsenal. Mas, na sua quarta temporada, não teve jeito - foi um verdadeiro desastre. Mas, àquele ponto, já estava cravado na história - e em um dos maiores times - dos Red Devils.

"Marcus quem?" Esta foi a reação de vários torcedores quando o menino de 18 anos foi colocado entre os titulares de uma partida da Liga Europa, contra o Midtjylland, em 2016. Mas Rashford não precisou de tanto tempo assim para cair nas graças dos torcedores, marcando dois contra os dinamarqueses. Não bastasse, fez o mesmo com o Arsenal três dias depois. Seguiu evoluindo e se desenvolvendo em um dos jogadores mais importantes e queridos do clube, ganhando apreço até mesmo de torcedores rivais em campanhas beneficentes durante a pandemia do novo coronavírus. E, mesmo após uma temporada complicada que levantou sérias questões acerca do seu futuro, Rashford ressurgiu em Old Trafford em 2022-23, marcando 30 vezes e assinando novo contrato que o tornou o jogador mais bem pago do elenco.

Esqueça o que Glen Hoddle disse sobre Cole precisar de "quatro ou cinco" chances para marcar um gol. Um atacante extremamente letal, marcou 121 gols durante seus sete anos no clube, sendo um dos líderes do projeto que culminou em dois títulos ingleses, duas Copas da Inglaterra e uma Champions League. O ponto de guinada de sua carreira aconteceu quando seu amigo Dwight Yorke chegou à equipe, em 1998/99. Dessa forma, mesmo futuramente assinando com o City, Cole segue sendo idolatrado pela torcida Red Devil: "He gets the ball, he scores a goal. Andy, Andy Cole".

Sir Alex Ferguson valorizava tanto Ruud van Nistelrooy que, após uma séria contusão no joelho que melou sua ida ao United em 2000, prometeu que o compraria uma vez recuperado. E o escocês manteve sua palavra, o trazendo junto ao PSV, em 2001. Van Nistelrooy teve média de 30 gols por temporada durante cinco anos em Old Traford, com recorde de redes balançadas em 10 partidas consecutivas de Premier League e 12 tentos marcados na Liga dos Campeões - este último seria posteriormente quebrado por Jamie Vardy, do Leicester, e Cristiano Ronaldo. Sua carreira em Manchester, entretanto, teve um final minimamente inusitado, mandado literalmente para casa por Ferguson no pouco antes do último jogo da temporada 2005/06, sem sequer ir ao Old Trafford. Ainda assim, se trata de um dos atacantes mais prolíficos da história do clube.

Cristiano Ronaldo chegou ao United como um adolescente, mas, sob a guia de Sir Alex Ferguson foi de um simples ponta para um atacante completo, se tornando o melhor jogador do mundo. Ele protagonizou uma era dourada que somou três Premier League e duas finais seguidas de Champions - levantando o troféu em 2008. Era uma máquina de fazer gols, com 42 registrados naquela campanha. Após ser vendido, em 2009, por 80 milhões de libras (representam hoje R$ 500 milhões) e ter escrito história no Real Madrid, retornou ao United 12 anos depois, marcando duas vezes logo na reestreia, contra o Newcastle. O início foi de um verdadeiro líder durante a temporada 2021/22, levando os Red Devils a vitórias emocionantes (às vezes, com hat-tricks) e que davam a impressão de poder mudar o rumo da campanha da equipe. Porém, a inegável verdade foi uma temporada de Premier League com o pior registro de pontos da história do clube. Na campanha seguinte, problemas extracampo terminaram de jogar a água no chopp da segunda passagem de Ronaldo.

Eric Cantona foi a inspiração para o primeiro grande time de Sir Alex Ferguson. Além disso, vale lembrar que chegou por apenas 1,2 milhões de libras (hoje, R$ 7,5 milhões). Uma barganha, ainda somado o fator de desfalcar o arquirrival, Leeds United. Ele conquistou o título inglês e depois o double (dois títulos na mesma temporada) nas duas primeiras temporadas e, apesar de ter acabado suspenso por ter aplicado praticamente um golpe de kung-fu em um jogador do Crystal Palace no ano seguinte, retornou para liderar o United a mais um double. Tudo isso servindo, ainda, como inspiração à nova geração, liderada por David Beckham e Paul Scholes. Nas cinco temporadas com Cantona, o Old Trafford somou cinco Premier Leagues, sendo que a única que passou em branco veio justamente na temporada na qual estava banido. Um verdadeiro ícone.

Quando o United aceitou contratar Wayne Rooney junto ao Everton, em 2004, Sir Alex Ferguson viu o dono dos Toffees à época, BIll Kenwright, sair correndo de sua sala chorando e dizendo "eles estão levando nosso menino". E Kenwright tinha todo direito de estar chateado, dado que Rooney era o inglês mais talentoso desde Paul Gascoigne. Ele marcou um hat-trick em sua estreia no Old Trafford e seguiu firme para se tornar um dos maiores do clube, com 253 tentos em 13 temporadas. Não bastasse, ainda é responsável por alguns dos gols mais icônicos da história da Premier League: um super voleio, contra o Newcastle, em 2005, e uma super bicicleta contra o Manchester City, em 2011.