Ednaldo Rodrigues é afastado como presidente da CBF: o que acontece agora?

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro afastou, nesta quinta-feira (15), Ednaldo Rodrigues do cargo de presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). A decisão foi tomada pelo desembargador Gabriel de Oliveira Zéfiro, que declarou nulo o acordo que permitiu a eleição de Ednaldo, por haver indícios de falsificação da assinatura do Coronel Nunes, um dos signatários. Com isso, Fernando Sarney - um dos vice-presidentes e opositor de Ednaldo - foi nomeado interventor e deverá convocar eleições o quanto antes.

Ednaldo já havia sido destituído, mas retornou ao cargo por decisão liminar do STF. Agora, o novo afastamento é motivado por suspeitas mais sérias: além da possível fraude, há questionamentos sobre a capacidade mental do Coronel Nunes na época da assinatura. O documento anulado era a base legal que encerrou uma ação contra o processo eleitoral da CBF e viabilizou a recondução de Ednaldo ao cargo. Como ele foi anulado, todo o processo que levou Ednaldo de volta à presidência está sendo questionado.

A decisão pelo afastamento de Ednaldo partiu do desembargador de Gabriel Oliveira Zefiro. Confira:

“Pelo exposto, determino:

1- o afastamento da atual diretoria da CBF;

2- que o Vice-Presidente da CBF, Fernando José Sarney,

realize a eleição para os cargos diretivos da CBF, na

qualidade de interventor, o mais rápido possível,

obedecendo-se os prazos estatutários, ficando a seu cargo,

até a posse da diretoria eleita, os poderes inerentes à

administração da instituição, dispostos no art.7º do

Estatuto da Entidade;

3- Esta decisão servirá como mandado de intimação;

4- Assine-se o respectivo termo.”

Esta é a segunda vez que Ednaldo Rodrigues é afastado judicialmente do comando da CBF. A primeira foi em 2023, mas ele conseguiu reverter a decisão no Supremo Tribunal Federal.

Fernando Sarney, agora à frente da CBF, terá a missão de conduzir um processo eleitoral em meio a um ambiente político fragmentado. A indefinição também ameaça o planejamento da seleção brasileira, especialmente após o anúncio antecipado de Carlo Ancelotti como novo técnico. O STF ainda pode reverter a decisão do TJ-RJ, como fez no passado. Nos bastidores, a oposição deve se articular para evitar o retorno de Ednaldo e fortalecer um nome de consenso para o próximo pleito.