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Brasil 1994 Parreira Espanha 16x9GOAL

Do título mundial em 1994 até a Espanha do Tiki-Taka, o tempo deu razão ao Brasil de Parreira

O título mundial conquistado pela seleção brasileira em 1994 foi emocionante por vários fatores: o longo jejum que perdurava desde 1970 e a emoção que apenas uma definição nos pênaltis traz consigo surgem, inevitavelmente, entre as principais.

Mas a opinião geral de quem viveu o Tetra rotulou, durante muito tempo, aquele Brasil treinado por Carlos Alberto Parreira como “sem graça”, “retranqueiro” ou até “chato”. Para muitos, as lembranças mais felizes se resumiram aos gols de Romário e os bordões de Galvão Bueno – incluindo a cena do narrador pulando, com Pelé ao seu lado, aos gritos de “É Tetra!!!” após Roberto Baggio desperdiçar a sua batida.

Dizer que o time era muito “europeizado” era outra acusação comum, em tom pejorativo, e quase sempre retrucada pelo técnico do Tetra. A curiosidade é que, atualmente, o que se pede de uma seleção brasileira é exatamente jogar dentro daquilo que passou a ser classificado como padrão europeu.

As críticas também vieram no contexto de uma péssima campanha nas Eliminatórias para aquela Copa do Mundo de 1994, pelas comparações que sempre colocavam a seleção de 1982 como baliza a ser seguida e pelo fato de o título ter tido um grande protagonista, na figura de Romário. Trinta anos depois, o futebol atual mostra que não foi apenas o título conquistado sobre a Itália que deu razão ao trabalho de Parreira.

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  • Brasil Brazil 1994Getty Images

    Como jogava o Brasil de 1994

    Antes de qualquer coisa, é importante destacar como jogava aquele Brasil campeão do mundo nos Estados Unidos. A equipe montada por Parreira tinha como característica a valorização da posse de bola. Era um time que trocava muitos passes. Como se adivinhasse o que viria pela frente, a música que embalou as vinhetas do Brasil naquela campanha cantava que “o toque de bola é nossa escola”.

    A fase defensiva consistia em recuos acentuados. O desenho era de um 4-4-2. Jorginho, Aldair, Márcio Santos e Branco faziam a primeira linha defensiva à frente de Taffarel. Mazinho, Dunga e Mauro Silva eram os meio-campistas mais fixos e Zinho tinha um pouco mais de liberdade para subir. No ataque, Bebeto e Romário estavam sempre em movimento.

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  • Mauro Silva Brazil 1994 World CupPATRICK HERTZOG

    As críticas e o “tiki-taka”

    As críticas mais duras eram centradas na valorização da posse de bola, com muitos toques às vezes não levando a uma finalização. Avance no tempo, e você com certeza viu muita gente criticar a mesma coisa no Barcelona treinado por Pep Guardiola ou, mais especialmente, no tiki-taka que levou a Espanha ao título mundial em 2010.

    A grande diferença daquele Brasil para aquele Barcelona ou para a seleção espanhola, além do desenho tático e funções de jogadores, era o comportamento sem a bola nos pés. Quando perdia a posse, a equipe canarinho não fazia a pressão alta nos adversários. Pelo contrário: recuava fundo em seu campo. Daí a acusação de equipe “retranqueira”. Junte este fator com o futebol de toques exagerados, considerado entediante por muitos, e as maiores críticas estão explicadas.

  • Dunga Brazil 1994 World Cup champion Rose Bowl Pasadena 17071994TIM CLARY/AFP/Getty Images

    Bem-vindo ao futebol moderno

    Se o Brasil de 1994 não encantou, fato é que a conquista nos pênaltis, sobre uma Itália melhor tecnicamente, marcou o triunfo de um time moderno. Tanto, que muitas características daquele selecionado de Parreira são vistas a cada semana no futebol europeu.

    Nem sempre algo tido como novo é bem recebido no geral. Vale destacar que em 1994, oficialmente uma vitória no futebol sequer valia três pontos – a FIFA mudou este critério no ano seguinte. Ou seja, o futebol passava por uma forte transição rumo a uma pós-modernidade que desembocou no jogo que acompanhamos hoje. E naquele contexto, o Brasil de 1994 representava o que mais de moderno poderia haver.

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