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Como Gabriel Martinelli pode ser a peça-chave do Arsenal para superar o Liverpool

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Quando o Arsenal visitou Anfield no dia 9 de abril de 2023, o clube estava em uma sequência de sete vitórias na Premier League e tinha o título como objetivo mais do que claro. Uma vitória contra o Liverpool teria impulsionado a boa forma da equipe para o que parecia uma parte bem acessível do calendário - fora de casa contra o West Ham e em casa contra o Southampton -, bem antes de um confronto contra o Manchester City, à época em 2° lugar, no final do mês.

E os Gunners, como muitas vezes fizeram em 2022/23, começaram a partida muito, muito bem. Gabriel Martinelli abriu o placar com menos de oito minutos e deu uma assistência para seu xará Gabriel Jesus antes do relógio bater os 30' da etapa inicial.

Mas nem mesmo o torcedor do Arsenal mais pessimista poderia prever o que estava prestes a acontecer. Mohamed Salah fez 2 a 1 pouco antes do fim do primeiro tempo, mas ainda perdeu um pênalti no início do tempo complementar. Ainda assim, o Arsenal, sufocado, não suportou a pressão e acabou tomando o empate - apenas o primeiro daquela sequência de três empates inexplicáveis antes de basicamente entregar o título ao City, na derrota no Etihad Stadium.

Neste domingo (27), o Arsenal volta a enfrentar o Liverpool, mais uma vez precisando dos três pontos para manter vivas - ou reviver - as esperanças de título. E, para tanto, os Gunners apostam mais uma vez em Martinelli - que pode não ter sido o mesmo desde aquela partida há 18 meses, mas está voltando à boa forma que o fez ser reverenciado e adorado no Emirates...

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  • FBL-ENG-LCUP-LIVERPOOL-ARSENALAFP

    "Talento do século"

    Parte da ascensão improvável de Martinelli às graças no Arsenal se dá pelo seu início mais humilde, chegando, em 2019, do modesto Ituano, equipe de Itu, cidade no interior de São Paulo.

    Ninguém culparia os Gunners por colocar Martinelli de maneira gradual na equipe principal - ou melhor ainda, emprestá-lo para que ele se adaptasse a um futebol que não fosse literalmente a Série D brasileira. Mas ele era simplesmente talentoso demais para ser deixado de lado sem passar por um teste.

    Apenas com 19 anos, Martinelli já era uma presença constante no elenco e alguém que os torcedores do Arsenal esperavam que pudesse ser um dos líderes da eventual reconstrução no clube. Mas o momento ruim do clube não o ajudou, apesar das boas expectativas e impressões sobre jogadores como o próprio Martinelli, Bukayo Saka e Emile Smith Rowe.

    Jurgen Klopp ficou impressionado pela primeira vez com o brasileiro após a eliminação dos Gunners na Copa da Liga Inglesa, a Carabao Cup, diante do Liverpool, no final de 2019.

    "Ele é um talento do século, um atacante incrível. Realmente inacreditável. Tão jovem, parece tão maduro já, é uma ameaça real", comentou o alemão. "Eu não quero colocar nenhuma mochila [pressão] nas costas dele, mas eu realmente gosto de bons jogadores de futebol e, obviamente, ele é um muito bom".

    Klopp voltaria a elogiar Gabriel anos depois, em 2022, em outro pós-jogo na Carabao, após eliminar os londrinos nas semis: "Martinelli, a propósito... Todos deveriam lembrar desse nome. Jogador excepcional".

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  • Arsenal FC v Liverpool FC - Premier LeagueGetty Images Sport

    A 'virada de chave'

    Após as ótimas primeiras impressões, agora Martinelli precisava de algumas boas performances e gols, precisava deixar sua marca em um Arsenal recheado de jovens talentos.

    Mas nada disso tardaria... Bum! Martinelli começou a temporada 2022/23 com tudo, sendo a peça que faltava para um poderoso quarteto de ataque com Saka, Jesus e o novo capitão do clube, Martin Odegaard - todos eles registraram pelo menos 16 participações em gols, dignos daquele "futebol total" proposto por Mikel Arteta. A magia estava de volta - e a prova foi que os Gunners lideraram a Premier League em praticamente 90% da campanha.

    Embora não tenham conseguido o primeiro título inglês em 19 anos, as bases foram lançadas para o futuro. Esse era, sem dúvida, o quarteto de ataque que traria sucesso a longo prazo. Nesse ponto, alguns torcedores do Arsenal defendiam que Martinelli merecia até ser titular pela seleção brasileira, fosse ao lado ou no lugar de Vinicius Jr. ou Rodrygo.

    O problema é que essa ascensão não se manteve.

  • FBL-EUR-C1-SEVILLA-ARSENALAFP

    Não era mais o mesmo

    Martinelli encerrou a temporada 2022/23 com 15 gols e cinco assistências na Premier League, mas esses números caíram para seis e quatro, respectivamente, na campanha seguinte quando teve praticamente o mesmo número de jogos - um a menos, para ser mais exato. A energia tinha ido embora; restava apenas uma nuvem sombria sobre o alegre brasileiro.

    E era um mistério. O Arsenal continuava sendo o principal rival do City - e desta vez o clube foi além, adiando a disputa pelo título até a última rodada, superando suas próprias marcas de pontos e gols do ano anterior - mas agora sem o brilho de Martinelli.

    Isso revelou o tipo de atacante que Martinelli é. Ele pode ser visto como um ponta driblador na linha lateral, que não teme receber a bola perto da linha de fundo, ou como um jogador que atua por dentro, cuja principal ameaça vem de dentro da área. Só que, acima de tudo, estava claro: ele é um jogador de confiança.

    As mudanças de Arteta para tornar o Arsenal defensivamente mais sólido e uma maior ameaça lá na frente fizeram com que Martinelli perdesse espaço, até eventualmente frequentando o banco de reservas – o brasileiro atuou todos os 90 minutos de uma partida em apenas duas oportunidades em 2023/24.

    A saída de Granit Xhaka foi outro obstáculo que Martinelli não conseguiu superar no todo. A fenomenal última campanha do suíço em Londres o fez desenvolver uma relação quase instintiva com o ponta-esquerda, a qual muito foi aproveitada. Embora Declan Rice, que custou £105 milhões aos cofres do clube, tenha sido uma [otima opção à saída de Xhaka, sua conexão com Martinelli nunca chegou perto de ser a mesma. Ademais, melhor nem citarmos a adaptação de Kai Havertz no meio de campo...

    De repente, ele se viu em uma má fase. Os gols pararam de vir, a cabeça abaixou, a mente começou talvez a pregar peças. Martinelli ainda trazia a intensidade e energia necessárias para jogar sob o comando de Arteta, mas estava longe de ser o mesmo de antes.

  • Arsenal FC v FC Shakhtar Donetsk - UEFA Champions League 2024/25 League Phase MD3Getty Images Sport

    (Re)encontrando a boa forma

    Ainda há muita vida em Martinelli, especialmente agora que o Arsenal voltou para um estilo mais conservador - mas ainda em busca de troféus. Arteta tem seu time jogando em um ritmo mais controlado e defendendo com mais solidez, com até Saka muitas vezes voltando até o terço defensivo e, às vezes, atuando quase como um ala.

    Um início brutal de temporada cobrou, porém, o preço aos Gunners, que agora enfrentam a pior crise de lesões na 'era Arteta'. O time está contando com jogadores da rotação para cobrir suas lacunas e assumir o protagonismo - Havertz tem preenchido parte considerável desse vácuo, bem como Leandro Trossard.

    Nas últimas três partidas de Martinelli na Premier League, ele registrou dois gols e duas assistências, sendo destaque na vitória suada por 1 a 0 sobre o Shakhtar Donetsk, na Champions League. Em entrevista à TNT Sports inglesa após a partida, ele enfatizou repetidamente que apenas trabalha para a equipe; não houve menção à sua forma, nem qualquer declaração para se promover, mas sim uma tentativa de valorizar os pontos positivos da temporada até aqui.

    Enquanto seus companheiros aparentam estar cansados e menos intensos, mais lentos e cautelosos, Martinelli manteve a determinação e seu ímpeto. Fora na derrota por 2 a 0 do último sábado (19), contra o Bournemouth, ele voltou à forma ideal no momento perfeito para Arteta.

  • Arsenal FC v FC Shakhtar Donetsk - UEFA Champions League 2024/25 League Phase MD3Getty Images Sport

    Hora de agir

    Falando após o encontro com o Shakhtar, Arteta não estava confiante que Saka ou Odegaard fossem poder enfrentar o Liverpool neste fim de semana. Explica-se: a vida do Arsenal sem a dupla tem sido tão boa quanto mastigar aço.

    Isso, de certo modo, deu forças para Arteta ir além com suas ideias mais resilientes. Mas, de uma forma ou de outra, o time ainda precisa de impulso, e é exatamente por isso que cabe a Martinelli se destacar. Não há outro jogador restante com essa imprevisibilidade e explosão que o destacam - duas características essenciais, aparentemente, para bater Arne Slot.

    Os Reds se tornaram uma equipe mais calma e menos frenética com o holandês, abandonando o caos de Klopp e os espaços abertos que vinham com ele. Isso pode deixar menos espaço para Martinelli operar, é verdade, mas não muda o fato de que ele ainda será um dos jogadores - senão o jogador - que o Liverpool mais focará esforços para tentar anular.

    Trent Alexander-Arnold segue na lista de desejos do Real Madrid, mas suas falhas continuam sendo um ponto fraco. E sabe quem poderia tirar proveito disso? Martinelli está pronto - confiante novamente e se destacando.

    O Arsenal talvez não precise vencer o Liverpool - mas, pelo bem da confiança e do ambiente, é melhor não perder.