Chelsea provou que Enzo Maresca tem razão: apagões de fim de ano mostram que Blues não lutam pelo título da Premier League

No final da temporada, o Chelsea pode muito bem olhar para os últimos dois jogos como o momento em que qualquer possibilidade de disputar o título escapou de suas mãos, mesmo que treinador e jogadores tenham já afirmado publicamente que sequer participavam dessa corrida.

Se tivessem conquistado três ou quatro pontos a mais nos confrontos contra Everton, Fulham e Ipswich, os Blues ainda estariam pressionando o Liverpool, com uma vaga no G-4 praticamente garantida.

No entanto, após um empate e duas derrotas, o time agora já olha nos retrovisores preocupado.

De muitas maneiras, a derrota no clássico do oeste de Londres - a primeira do Chelsea em casa para o Fulham na 'era da Premier League' - expôs problemas recorrentes que, desta vez, acabaram custando caro.

Depois de dominar o primeiro tempo, o Chelsea perdeu completamente o controle da partida na segunda etapa, sem conseguir ampliar ou proteger a vantagem mínima que possuíam.

A perda de controle tem sido algo frequente para o time nesta temporada e, embora tenham conseguidos resultados contra Leicester e Brentford, por exemplo, desta vez não conseguiram encontrar uma solução.

E se você quer brigar pelo Inglês, não pode sofrer desses problemas.

Para dar o devido crédito, Maresca destacou essa falha ao final da partida, em vez de tentar encontrar desculpas. "Acho que os primeiros 15 ou 20 minutos do segundo tempo foram a parte que não gostei, porque permitimos a eles muitas transições, mesmo sabendo que eles são uma equipe que constrói muito a partir das transições, com [Alex] Iwobi, Adama [Traoré], [Antonee] Robinson e [Raúl] Jiménez", disse.

"No primeiro tempo senti que controlamos isso muito bem, marcamos e criamos chances. No segundo tempo, acho que demos muita energia a eles nos primeiros 15 ou 20 minutos".

Ele continuou: "Com certeza podemos gerenciar melhor a partida, porque, como eu disse, sabíamos que eles são muito bons em transições. É difícil encontrar uma equipe como eles, com muitos jogadores rápidos assim. Acho que no primeiro tempo controlamos isso bem. Nos primeiros 15 ou 20 minutos do segundo tempo, não".

A natureza dos dois gols do Fulham também incomoda, já que dois problemas mais significativos do Chelsea foram expostos.

Primeiro, uma linha defensiva foi pega desatenta, permitindo que Harry Wilson aparecesse livre e marcasse de cabeça a praticamente na pequena área. Depois, em mais um momento tenso nesta temporada, o goleiro Robert Sánchez novamente saiu jogando mal, o que resultou diretamente no gol da vitória de Rodrigo Muniz, aos 50 minutos do 2° tempo.

"Sim, fica a frustração, especialmente pela maneira como sofremos o gol no final", admitiu Maresca, após o apito final.

O laod positivo - se é que há algum- para Maresca é que a mini-crise do Chelsea deve pôr um fim às incessantes perguntas sobre o Chelsea disputar ou não o título. Os resultados comprovaram que, como Maresca já havia dito, a equipe "ainda não está pronta".

O Arsenal aproveitou os tropeços do Chelsea como um verdadeiro candidato ao caneco, reafirmando-se como o time mais bem posicionado para tentar alcançar o Liverpool.

Realisticamente, no entanto, já parece improvável que alguém consiga deter Arne Slot.

Os jogadores sabe que essa mini-crise não muda nada, portanto, no panorama geral, apesar da decepção.

"É uma boa oportunidade para aprender, descansar, recuperar e jogar daqui a três dias", disse Cole Palmer, que marcou um golaço para abrir o placar, após a partida.

"Agora é seguir em frente. Sabíamos que não ganharíamos todos os jogos. É a primeira temporada do treinador com a gente, estamos aprendendo", continuou.

"Todo mundo disse desde o começo que não éramos candidatos ao título, [então] estamos apenas jogando, vencendo, melhorando como equipe, crescendo".

O mais importante agora é garantir que esse tropeço não se transforme em algo maior. Após semanas de perguntas sobre aspirações ao título, o Chelsea pode usar essa queda de forma como uma oportunidade para se reorientar e reavaliar.

Embora brigar pelo troféu deva agora ser irrealista, os Blues já superaram as expectativas e estão bem encaminhados para alcançar seu objetivo de longo prazo: retornar à Champions League logo na primeira temporada sob Enzo Maresca.

Fora de casa, quando visitou um Ipswich Town, a equipe foi surpreendida com um pênalti cometido pelo goleiro Jorgensen no início do jogo e depois um gol de Hutchinson no segundo tempo, e não conseguiu furar a defesa de um time que luta contra o rebaixamento. Agora, é consolidar a posição no G-4 e manter uma vantagem confortável sobre os que vêm atrás é o foco, especialmente com o calendário acessível à frente, contra Crystal Palace.

Tudo o que o Chelsea conquistar, além disso será um bônus, desde que estejam prontos para aproveitar qualquer deslize de Arsenal ou Liverpool.