No momento, ninguém joga mais! Como o Atlético de Madrid ultrapassou o Barcelona para se tornar favorito ao título espanhol

O Barcelona começou a temporada em alta, vencendo 11 dos primeiros 12 jogos do Campeonato Espanhol e abrindo nove pontos de vantagem sobre o Real Madrid, incluindo uma goleada por 4 a 0 no Bernabéu, em 26 de outubro. Porém, desde então, o time comandado por Hansi Flick venceu apenas uma vez e perdeu quatro dos últimos seis jogos, permitindo ao Real Madrid e ao Atlético de Madrid, ambos com um jogo a menos, ultrapassá-los.

O momento ruim ficou ainda pior por contar com o retorno de jogadores importantes que estavam lesionados. Embora houvesse preocupação com a dependência de Lamine Yamal, seu breve retorno não evitou a crise. Enquanto o time segue bem na Champions League, com uma vitória recente por 3 a 2 sobre o Borussia Dortmund, em LaLiga sofre com complacência, admitida por Pedri após a derrota para o Leganés.

Hansi Flick também enfrenta críticas por substituições previsíveis e pela dificuldade em ajustar o time durante os jogos. A pressão ficou clara na suspensão do treinador, após discutir com o árbitro no empate contra o Betis. Para piorar, Yamal voltou a se lesionar, deixando o Barça vulnerável justamente no confronto contra o Atlético, a equipe mais em forma da Europa no momento.

O Atlético de Madrid investiu pesado na última janela de transferências, e Julian Álvarez foi o destaque. O clube pagou 95 milhões de euros (cerca de R$ 606,5 milhões) para tirá-lo do Manchester City, em um acordo que levou o campeão mundial para a Espanha.

Pep Guardiola não gostou de perder Álvarez, mas os dirigentes do City acharam que a proposta era irrecusável. Agora, enquanto os ingleses sentem falta do atacante, os torcedores do Atleti começam a acreditar que ele valeu o alto investimento.

Nos primeiros meses, Álvarez foi contestado. O Atleti empatou quatro dos nove primeiros jogos de LaLiga, o Campeonato Espanhol, e ele marcou em apenas três deles. No entanto, o argentino encontrou seu ritmo nas últimas semanas, justamente quando o time de Simeone emplacou uma sequência de 12 vitórias seguidas. Dos 12 gols de Álvarez na temporada, oito vieram desde a última derrota do time, contra o Betis.

“Ele só precisava de tempo”, explicou Simeone ao DAZN.“ Álvarez aprendeu a entender como joga o Atlético. Vinha de estilos diferentes, na Argentina e no City, então precisou se ajustar. Agora, todos os atributos dele estão ajudando muito a nossa equipe.”

Álvarez tem se beneficiado muito da parceria com Antoine Griezmann. Apesar de já ter 33 anos, o francês continua sendo um jogador completo, capaz de potencializar quem joga ao seu lado.

Desde que decidiu se aposentar da França, Griezmann vive uma fase fantástica, com sete gols em suas últimas sete partidas.

Dois deles foram decisivos na virada emocionante contra o Sevilla, quando o Atleti saiu de 1 a 3 para vencer por 4 a 3, com um golaço de Griezmann aos 94 minutos, mostrando toda sua classe.

“Todos sabemos da qualidade do Antoine,” comentou Álvarez. “Pelo que ele fez por este clube e pelo futebol, é um prazer jogar ao lado dele.”

Os times de Simeone sempre foram conhecidos pela defesa sólida, mas o Atleti tem buscado um estilo mais ofensivo nos últimos anos. O equilíbrio ainda é desafiador, mas os Rojiblancos parecem estar no caminho certo.

Após tropeços como a derrota por 4 a 0 para o Benfica na Champions League, o time recuperou a tradicional garra. Rodrigo De Paul tem sido fundamental nessa reação, formando uma parceria sólida com Pablo Barrios, de 21 anos, que foi convocado para a seleção espanhola recentemente.

Simeone destacou a evolução de De Paul: “Sempre soubemos da sua qualidade, mas agora ele está mais consistente. Ele trabalha duro, dá o último passe e tem um chute preciso.” Contra o Barça, foi De Paul quem começou a virada com um belo gol de fora da área.

A verdadeira força do Atleti vem da profundidade de seu elenco. Além de De Paul e Barrios no meio-campo, José Giménez tem se destacado na defesa. O uruguaio, que passou por diversas lesões, tem feito uma temporada sólida, estando livre de contusões até agora. Isso tem sido crucial para o time, especialmente com a recente recuperação de Robin Le Normand, que perdeu dois meses por uma grave lesão na cabeça.

Clement Lenglet, emprestado pelo Barcelona, também tem surpreendido, fazendo um trabalho sólido no lugar de Le Normand. O desempenho dos jogadores mais periféricos tem sido uma constante nesta temporada, mostrando a profundidade do elenco.

Álvarez e Griezmann têm sido aliviados por contribuições importantes de Sorloth e Correa, enquanto Giuliano Simeone tem feito a diferença vindo do banco. Conor Gallagher e Marcos Llorente, embora em funções diferentes, continuam a somar ao grupo.

Como disse Álvarez: "Estamos jogando muito bem porque o time está rendendo como um todo. Todos, até os que saem do banco, contribuem." O mérito por essa mentalidade coletiva vai para Simeone.

Não é difícil entender por que os jogadores fazem o que Simeone pede. Ele é uma figura inspiradora, apaixonada pelo futebol e com uma ligação muito forte com o Atlético.

Após a vitória de virada contra o Alavés, em 23 de novembro, Simeone se emocionou ao falar sobre os rumores de que essa poderia ser sua última temporada em Madri.

"Eu só vivo no agora", disse ele em entrevista ao DAZN. "É um bom momento, os jogadores estão se dedicando, assumindo responsabilidades e entregando o que precisamos."

Ele então se emocionou ainda mais: "Estou em um lugar que... amo muito, e isso é tudo. Adeus."

Até agora, não houve nada que indicasse que Simeone realmente sairia em meados de 2025. Na verdade, a boa fase do Atleti torna essa saída ainda mais improvável.

Embora haja mudanças nos bastidores, o presidente Enrique Cerezo tem apoiado publicamente Simeone, como aconteceu nas semanas difíceis de outubro. Como disse Barrios, "Não consigo imaginar um treinador melhor para o Atlético de Madrid." E como ficou claro no jogo contra o Barcelona, com vitória por 1 a 2, o Atleti está em ascensão.