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Pedrinho, Shakhtar Donetsk, 2021Getty Images

Pedrinho relata as dificuldades para jogar a Champions em meio à guerra e revela por que não voltou ao Corinthians

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Reduto brasileiro no futebol europeu, o Shakhtar Donetsk se viu bastante prejudicado nos últimos anos por conta da guerra entre Rússia e Ucrânia. Muitos brasileiros tiveram que optar por deixar o clube. O meia-atacante Pedrinho, no entanto, fez o caminho inverso e, depois de uma passagem pelo Atlético-MG, decidiu retornar ao time europeu e encarar os desafios impostos por conta do conflito. 

 “Eu sempre mantinha contato com meus companheiros para saber a situação da guerra, não queria colocar em risco a minha integridade. Eles sempre falavam que estava tranquilo. E quando eu decidi voltar eu queria estar jogando muito mais, a Champions também era uma competição que eu queria jogar. O Shakhtar propôs renovar o meu contrato, o que seria algo bom para mim também. Então foram inúmeros fatores que eu acabei tomando essa decisão. O que mais pesou foi ter que vir sem estar com a minha família. Minha esposa, meus pais, que sempre moraram comigo, quando eu vim para cá pela primeira vez, eles moravam comigo também. Essa foi a maior dificuldade. Mas pela segurança deles, eu prefiro passar por isso sozinho”, disse Pedrinho em entrevista exclusiva à GOAL

  • shakhtarGetty Images

    SETE HORAS DE ESTRADA MAIS TEMPO DE AVIÃO PARA DISPUTAR A CHAMPIONS

    Para disputar a Champions League, o Shakhtar encara uma logística bem complicada, que, obviamente, impacta diretamente no desempenho da equipe, hoje na 28ª posição na tabela de classificação.
    “É uma situação complicada. Eu cheguei a jogar a Champions aqui antes. Quando eram jogos em casa, a gente ia para Kiev, jogava na capital. Hoje, seja jogo em casa ou fora, a gente tem que viajar. O que mais complica é a logística. Independentemente dos jogos serem em casa, a gente tem que pegar sete horas de ônibus, depois pegar um avião de mais duas horas até a Alemanha onde a gente manda as partidas (da Champions). A gente mora em Lviv, próximo da fronteira com a Polônia, mas até lá são sete horas. Os aeroportos da Ucrânia não estão funcionando, então sempre é desgastante. A gente tem que viajar de ônibus mesmo quando joga o campeonato ucraniano. Se tiver que jogar em Kiev, por exemplo, também são sete horas de ônibus. Tem lugares que viajamos até 13 horas de ônibus, perdemos quase um dia inteiro viajando. Uma logística chata, mas sabemos da importância desse campeonato. Como eu falei, foi um dos fatores que me fizeram voltar”. 

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  • Maracanã Maracana homenagem Pelé 2023Getty Images

    EXPECTATIVA QUE O G20 AJUDE NA RESOLUÇÃO DO CONFLITO

    Na próxima semana, o Rio de Janeiro, vai receber o encontro do G20 e o tema do conflito entre Rússia e Ucrânia deverá ser debatido. Pedrinho revelou expectativa para que a reunião, que contará com vários líderes da política mundial, ajude de alguma forma. 

    "A gente pouco entende mais afundo do que é realmente a guerra. A gente vê as matérias na TV, e não imagina muito bem como isso tudo pode se resolver. A gente sabe do G20, um grande encontro, que vai juntar muita gente importante e a gente só pensa que eles possam de alguma forma ajudar a resolver isso para parar essa guerra. A gente só torce para que possam acabar com a guerra, as guerras, tem outras aí também como a de Israel. A gente torce por um final feliz”. 

    Abaixo, veja outros pontos da entrevista com Pedrinho:

  • Pedrinho Antony seleção brasileira olímpica 2020Alexandre Loureiro/CBF

    CONVITE PARA SE NATURALIZAR UCRANIANO?

    “Para falar a verdade só vi pela imprensa, nunca chegou nada até mim. Acredito que foi algo mais pela internet mesmo, não sei. Acabei vendo, claro, pelas mídias, mas nada chegou concreto para mim. Tenho muito orgulho do meu país, um dia pretendo, claro, com muito esforço poder chegar na seleção brasileira. Não tem nada melhor que você chegar na seleção do seu país. Meu desejo sempre foi poder chegar um dia na seleção brasileira”. 

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  • Pedrinho Corinthians 2018-19Getty Images

    POR QUE NÃO VOLTOU PARA O CORINTHIANS?

    “As minhas expectativas, quando aconteceu a situação da guerra, era dar prioridade ao Corinthians, porque me formei lá, tenho maior gratidão. Mas o que aconteceu na verdade é que muitas pessoas acharam que entre o Corinthians e o Atlético eu escolhi o Atlético, mas a verdade é que o Corinthians nunca fez uma proposta formal para voltar para lá, foram só boatos. 

    Não existe, do Corinthians fazer proposta e eu não querer. Eles tiveram a escolha de não fazer nenhuma proposta. O Atlético, pela grandeza, o Caetano me procurou, o Arana também falou comigo, aí não pensei duas vezes. Mesmo com as lesões, fui muito feliz lá, ganhei 2 mineiros, conheci grandes pessoas. Mesmo com as lesões, eles queriam que eu tivesse renovado até o final do ano porque eles sabiam o meu dia a dia, o quanto eu treinava, mas como eu tinha renovado aqui com o Shakhtar, não tive essa possibilidade”. 

  • Pedrinho Atlético-MGPedro Souza / Atlético

    LESÕES NO GALO E TORCIDA PELO TÍTULO DA LIBERTADORES

    “As lesões aconteceram em momentos importantes. A primeira foi depois de 4 a 5 jogos que eu tinha acabado de chegar, eu nunca tinha tido lesões sérias, lesões que me afastassem tanto tempo dos campos, no Corinthians, no Benfica, até mesmo aqui no Shakhtar. E no Galo eu tive essa infelicidade. Acredito que o início seria muito importante, para eu poder estar atuando, e eu tive uma lesão com cinco jogos onde eu não joguei mais no ano. Acabou freando as expectativas. Depois, no outro ano, quando eu estava me adaptando, com o Coudet, estava tendo muitas oportunidades, tive outra lesão muito séria, acabei ficando sete meses, fora o período de férias, quase perdi um ano por causa dessas situações. Foi algo que me prejudicou bastante”. 

    “Meses antes de eu voltar para cá, tinha feito um grande jogo contra o Caracas, acabei ajudando nesse jogo. Com certeza estarei na torcida pelo clube, até mesmo porque eu participei nessa Libertadores. Terminei a primeira fase toda. É torcer para ser campeão, dar tudo certo. Se eles quiserem mandar (medalha) haha… mas vou estar na torcida para que eles estejam campeões porque aquele grupo realmente merece um título importante esse ano”. 

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