Palmeiras viveu pior ano com Abel Ferreira em 2024, e Mundial de Clubes em 2025 surge como sonho para um novo auge a ser escrito

A partir de 2021, o Palmeiras conseguiu reescrever seu auge histórico. Conquistou duas Libertadores, uma Copa do Brasil, três Paulistas, dois Brasileirões e as taças-bônus em forma de Recopa Sul-Americana e Supercopa do Brasil. O total de dez troféus fez de Abel Ferreira, um profissional que nunca havia sido campeão como treinador até pisar no Allianz Parque, no técnico com mais títulos pelo clube.

Abel não é mais comparado às versões mais recentes de Luiz Felipe Scolari ou Vanderlei Luxemburgo, ou às passagens ruins que Mano Menezes e Roger Machado tiveram pelo Allianz Parque. Abel Ferreira é comparado ao maior técnico da história do Palmeiras: Abel Ferreira. O custo de escrever um período de auge em um clube gigante é que, invariavelmente, exige-se uma vida constante no ápice – o que é impossível.

Isso não quer dizer que não tenha havido problemas em 2024. O título estadual, mais valorizado dentro da narrativa de despedida de Endrick do que pela taça em si, foi conquistado sobre um Santos que ainda lambia as feridas pelo rebaixamento à Série B. Foi a incapacidade de bater seus adversários diretos que entregou o sabor azedo da temporada. No final do ano, o aproveitamento palmeirense contra times do G-6 do Brasileirão foi um dos piores: apenas uma vitória, na 23ª rodada, contra o São Paulo.

As duas derrotas para o Botafogo ilustram, no final das contas, os seis pontos de vantagem dos alvinegros no topo da tabela ao final da competição. Mas mesmo fora do Brasileirão, o Palmeiras sofreu eliminações em oitavas de final, tanto na Copa do Brasil quanto na Libertadores, para adversários da mesma prateleira de disputa: respectivamente Flamengo e o próprio Botafogo.

Os gols e assistências de Estevão, aliado ao ressurgimento de Raphael Veiga na reta final da temporada, explicam mais a participação alviverde na briga pelo Brasileirão do que as atuações do time em si. Mesmo assim, em alguns casos o insucesso ocorreu por margens finas. Os gols anulados pelo VAR na Copa do Brasil (marcado por Flaco López contra o Flamengo) e na Libertadores (de Gustavo Gómez diante do Botafogo) mostram isso, mas também deixam claro que era preciso fazer algo a mais para seguir conquistando grandes campeonatos.

Este algo a mais parece estar sendo feito na virada de 2024 para 2025. A chegada do atacante Facundo Torres e o nível de outros jogadores que negociam com o Alviverde, como Andreas Pereira, demonstram isso. Abel Ferreira já reescreveu um auge para o Palmeiras, e agora a missão é chegar no topo dos topos: o novo Mundial de Clubes de 2025 é o grande sonho e a última fronteira possível a ser atingida. Tanto para Palmeiras quanto para Abel Ferreira.