Coadjuvantes estrelados do Real Madrid são boa notícia para Kylian Mbappé

Havia muita expectativa para que Mbappé tornasse tudo mais fácil no Real Madrid. Afinal, ele dominou a Ligue 1, o Campeonato Francês, ganhando seis artilharias seguidas e marcando mais de 40 gols em três temporadas consecutivas, mesmo jogando ao lado de Messi e Neymar.

Até agora, as coisas não têm sido tão simples. Mbappé, que é ponta-esquerda, foi colocado como centroavante, já que Vinícius Jr também prefere a esquerda. Rodrygo, na direita, não dá muita amplitude ao time, enquanto Bellingham, o organizador do jogo, também gosta de atuar pelo lado esquerdo. Como resultado, o Real Madrid tem jogado de forma fluida apenas em alguns momentos, e Mbappé não tem a mesma liberdade que tinha em Paris. Com oito finalizações até agora, o francês ainda não está sendo tão eficaz quanto no PSG, onde chutava quase cinco vezes a gol por jogo.

Mbappé não é o único a ser responsabilizado. Embora ele seja o principal alvo quando os gols não aparecem, Rodrygo e Vinícius também tiveram desempenhos aquém na partida em questão.

Vinícius fez uma atuação decepcionante: criou três chances, mas não conseguiu concluir nenhuma com sucesso. Rodrygo foi ainda mais discreto, jogou apenas 70 minutos e perdeu uma grande oportunidade de cruzar para Vinícius, que estava completamente livre. Sem Bellingham para ajudar, o Real Madrid precisou buscar outras soluções.

Los Blancos estavam no caminho certo para vencer o jogo aos 50 minutos, quando Federico Valverde marcou com um chute desviado em uma cobrança de falta. Apesar das falhas no ataque, parecia que o time controlava a partida, mesmo com alguns contra-ataques do Valladolid.

Quando foi preciso fazer mudanças, Ancelotti contou com um banco recheado de talentos. Luka Modric foi o primeiro a entrar, substituindo Arda Güler, muito mais jovem. Em seguida, Brahim Díaz entrou em campo. Endrick foi acionado aos 86 minutos. Modric ajudou a dar controle ao jogo, enquanto Díaz e Endrick marcaram os gols, garantindo uma vitória confortável sobre o Valladolid.

A variedade de talentos no banco é um luxo raro. Alguns jogadores poderiam até não estar lá. Modric, com 38 anos, ainda é valioso para Ancelotti, que está aproveitando ao máximo o croata. Em um cenário ideal, Modric já estaria na Arábia Saudita ou na MLS, mas ele continua sendo um ótimo substituto e líder no meio-campo.

Brahim Diaz é um caso curioso. Depois de duas boas temporadas emprestado ao Milan, parecia que ele sairia do Real Madrid. Mas ele decidiu ficar e teve uma boa temporada passada, marcando oito gols e dando seis assistências.

Endrick, por outro lado, ainda não provou ser o próximo Pelé. Ele não se destacou na Copa América e teve dificuldades nas suas primeiras partidas pelo Real Madrid. Um empréstimo poderia ser uma boa ideia, mas ele permanece no clube. Eduardo Camavinga, que está lesionado, também deve voltar ao time.

Ter essas opções será essencial para Ancelotti. Endrick, Diaz, Modric e Camavinga poderiam, em outros clubes, achar que têm o direito de ser titulares. Todos são jogadores de altíssimo nível.

Ancelotti precisa exatamente disso. Ele tem a vantagem de contar com um plantel de ponta e muitos jogadores em boa fase. Embora tenha uma equipe titular forte, ele ainda pode precisar fazer mudanças. Ter três substitutos confiáveis para cada jogo é crucial. Ter três jogadores de elite no banco é um luxo que poucos times podem ter.

Além disso, em jogos mais difíceis, esses jogadores podem atuar como elemento surpresa, entrando e fazendo a diferença. Modric provavelmente será escalado na Copa del Rey. Diaz pode brilhar em partidas menos importantes da Champions League. Se Aurelien Tchouameni não estiver bem, há outro meio-campista francês de alta qualidade para substituir. Versatilidade é fundamental.

A chave para conquistar uma Tríplice Coroa está nos pequenos ajustes que fazem a diferença. Equipes bem-sucedidas muitas vezes alcançam grandes feitos por causa da profundidade do elenco. O Manchester City, campeão de três troféus, manteve-se constante e contou com reservas como Rico Lewis, Cole Palmer e Julian Álvarez, que marcou 17 gols.

No passado, Sergi Roberto fez o gol da vitória para o Barcelona em La Remontada, Divock Origi marcou duas vezes na semifinal da Liga dos Campeões contra o Barcelona e Federico Macheda fez o gol decisivo para o Manchester United em 2009. Ole Gunnar Solskjaer também foi fundamental na conquista da Champions League em 1999.

Enquanto as estrelas como Mbappé, Vinícius e Bellingham vão chamar a atenção, o que pode realmente fazer a diferença é a disposição dos jogadores de esperar sua chance e aproveitá-la quando surgir.