Andressa Alves Brasil Jamaica Copa do Mundo Feminina 09062019

Sete lesões, o número de azar da seleção feminina na Copa do Mundo

Se o número sete é apontado como cabalístico, o técnico Vadão já pode considerá-lo como seu número do azar. Em dia decisivo para a seleção feminina, que busca a classificação para a próxima fase da Copa do Mundo, foi confirmada a sétima lesão em uma jogadora convocada: a atacante Andressa Alves é baixa diante da Itália por um problema na coxa esquerda.

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Desde que as 23 atletas do Brasil foram anunciadas pelo treinador, no dia 16 de maio, sete sofreram com lesões, sendo que três delas foram desconvocadas: primeiro a meia Adriana, depois a lateral Fabiana e, por fim, a zagueira Érika. Na lista que engrossou o departamento médico ainda seguiram Marta, Luana e Formiga.

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A primeira baixa veio um dia após a convocação da seleção, com o anúncio de que Adriana, atleta do Corinthians, não teria condições de se recuperar de uma lesão no joelho esquerdo até o início do Mundial. Luana foi chamada em seu lugar.

À exceção de Adriana, todas as outras jogadoras que sofreram com questões musculares estavam sob cuidados da CBF quando reclamaram de dores, ainda que viessem se recuperando de lesões anteriores em seus respectivos clubes.

Na linha do tempo até a Copa, Érika sofreu uma entorse alguns dias antes de viajar. Ela seguiu com o elenco para Portugal, onde a seleção realizou a aclimatação para o Mundial, no dia 22 de maio. Parte da equipe, incluindo a própria jogadora, já vinha treinando em Itu.

Em Portimão, cidade portuguesa que abrigou as brasileiras, Marta sentiu um incômodo na região posterior da coxa esquerda -- isso a quinze dias do início do torneio. Foi constatada uma lesão, tratada com fisioterapia, que lhe custou a estreia da equipe diante da Jamaica. A camisa 10 só entrou em campo contra a Austrália e, ainda assim, jogou apenas o primeiro tempo.

A primeira desconvocação em solo europeu foi a da lateral-direita Fabiana, no domingo (2), a uma semana do primeiro jogo do Brasil. Já em Portugal, relatou dores na região posterior da coxa direita e foi submetida a exames; lesão de grau 1 sem tempo hábil de recuperação. Poliana foi acionada em seu lugar. Outra desconvocada no continente foi Érika pela contusão na panturrilha. Depois de 16 dias em tratamento, a zagueira sentiu muitas dores ao voltar a treinar com bola. Deixou o elenco três dias antes da estreia.

Luana apresentou dor muscular na região do quadríceps da coxa esquerda uma semana antes de o grupo seguir até a França. Conseguiu se recuperar, substituindo Formiga no segundo tempo contra a Austrália. Já a jogadora mais experiente do Brasil, com sete Copas no currículo, pediu para sair por uma leve entorse no tornozelo esquerdo; Formiga vinha sentindo dores desde a estreia contra a Jamaica.

Agora, antes mesmo que a CBF desse mais detalhes sobre o caso, Andressa Alves já lamentou em redes sociais sua ausência no restante da Copa.

O preparo físico das atletas vem sendo alvo de questionamento pelo excesso de lesões. A justificativa apresentada pela comissão técnica recai sobre a dificuldade em equilibrar os trabalhos com jogadoras espalhadas por nove países diferentes.

"Das 23 convocadas, temos 18 atletas que jogam fora do país, ou seja, são metodologias, temporadas e países diferentes que a gente precisa tomar um cuidado especial", afirmou o preparador físico da seleção, Fábio Guerreiro, ao site da CBF.

Mas o Brasil não é o único país no Mundial a contar com atletas atuando no exterior. A seleção holandesa é representada por jogadoras dispersas por sete países; apenas seis das 23 convocadas atuam na liga nacional. Camarões tem sete jogadoras no futebol local, com as restantes distribuídas em oito países. No Canadá e no Chile as jogadoras atuam em cinco ligas do exterior. Ainda assim, a seleção brasileira é que a mais apresenta baixas por questões de preparo físico.

A reunião de atletas de cantos diferentes do globo foi outro argumento utilizado pela comissão técnica para os poucos amistosos pré-Copa. O intuito alegado pela CBF era o de priorizar os treinos para garantir unidade e observar justamente a parte física das jogadoras. Mas quem segue em observação agora é a própria comissão, cobrada pelo público pelo excesso de lesões: em meio ao Mundial, quem diria que o grande destaque da seleção seria o departamento médico?

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