Carille - Corinthians - 15/11/2017

Retrospectiva 2017: Entre os paulistas, só deu Corinthians

A temporada 2017 ficará marcada para sempre na memória do torcedor corintiano. Taxado de quarta força do estado no início do ano, o Timão mostrou que as previsões de muitos jornalistas, torcedores rivais e até da própria Fiel estava errada e terminou conquistando dois títulos: Campeonato Paulista e Brasileiro. Enquanto isso, seus principais rivais tiveram resultados bem mais modestos. O Palmeiras, considerado por muitos o melhor time do país e favorito a erguer vários troféus, foi a maior decepção e teve que se contentar com uma vaga na Libertadores, assim como o Santos. Já o São Paulo teve um ano para esquecer.

Voltando ao time que contrariou os prognósticos e fez história em 2017 é preciso ressaltar dois personagens especiais: Jô e Fábio Carille. É bem verdade, que, assim como na conquista do hexacampeonato brasileiro em 2015, o conjunto foi quem fez a grande diferença, mas o atacante e o treinador merecem ser citados a parte por terem iniciado o ano como o Corinthians.

Carille - Corinthians - 15/11/2017
(Foto: © Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians)

Para muitos, Carille não suportaria a pressão de dirigir a equipe e o Jô convivia com a desconfiança de boa parte da torcida por conta da vida indisciplinada fora das quatro linhas. Agora, no fim de 2017, o jogador se tornou um dos principais destaques das conquistas alvinegras e, no banco de reservas, um dos responsáveis por isso é o comandante que era auxiliar do Timão de 2009 até o início do ano.

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Seguindo a linha de trabalho dos seus mentores Mano Menezes e Tite, Carille montou um time organizado e determinado, que, com alguns destaques que poucos imaginavam que teriam tamanho sucesso no início do ano, fez um primeiro semestre histórico, sendo campeão paulista, passando todo primeiro turno do Brasileirão invicto e superando os obstáculos no momento mais difícil para arrancar no final e conquistar o título nacional.

Dentro de campo, Jô foi um dos líderes do elenco, o principal goleador do Corinthians na temporada, com 25 gols, e também do Brasileirão, junto com Henrique Dourado, com 18 bolas na rede, sagrando-se o primeiro da história do Timão na competição.

Corinthians PS - 19/12/2017Goal Brasil

Mas não são apenas os dois que devem se orgulhar de tudo que se passou em 2017. Todo o elenco e a comissão técnica também. Afinal, depois do título Paulista com apenas duas derrotas, o Corinthians foi a primeira equipe a fechar a primeira metade do Brasileiro de maneira invicta desde que a mesma passou a ser disputada por pontos corridos, com 14 vitórias e cinco empates, Além disso, depois de passar por um momento complicado nos dois primeiros terços do returno, o time respondeu novamente na reta final com grandes atuações em duelos decisivos para garantir o hepta.

Jogadores convocados ao longo de 2017 para suas seleções, casos de Cássio, Fagner, Rodriguinho, Balbuena e Romero. Sem falar em Arana, revelação da lateral-esquerda, o meia Jadson, um dos protagonistas do hexa em 2015, e o artilheiro Jô, que esteve na última Copa do Mundo. No banco, jogadores como Marquinhos Gabriel, Giovanni Augusto, Walter, Pedrinho, Léo Santos, Clayson... Todos tiveram seus momentos de brilhantismo e ajudaram o Corinthians não só nos títulos como também na superioridade nos clássicos: foram duas vitórias e três empates contra o São Paulo; três triunfos diante do Palmeiras e mais duas vitórias e apenas uma derrota enfrentando o Santos.

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Falando nos rivais, a maior decepção sem dúvida alguma foi o Palmeiras. Com um grande elenco, quase nenhum jogador saindo e ainda dinheiro em caixa para se reforçar com peças como Alejandro Guerra e Miguel Borja, se esperava muito do campeão brasileiro de 2016, mas faltou regularidade e conseguir traduzir no campo toda essa qualidade que todos esperavam.

O erro começou já no planejamento. Eduardo Baptista foi o nome escolhido para substituir Cuca, mas nunca teve a aprovação total da torcida. Aos trancos e barrancos, o time até foi vencendo no Paulistão e na Libertadores, que era a grande prioridade do ano, mas a queda na semifinal do estadual e a derrota para o Jorge Wilstermann no torneio sul-americano culminaram na demissão do técnico.

Cuca voltou ao Verdão, mas esteve longe de repetir o brilhantismo de 2016 e logo viu o principal sonho do ano acabar com a eliminação nas oitavas de final da Libertadores para o Barcelona de Guayaquil. Sem encontrar uma equipe ideal e muito menos padrão de jogo, o time sofreu derrotas duras também no Brasileirão e o treinador acabou deixando o Verdão.

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(Foto: NELSON ALMEIDA/AFP/Getty)

Alberto Valentim assumiu interinamente o comanda da equipe alviverde até o fim do ano e teve um começo animador que permitiu até fazer com que o Verdão sonhasse com o título brasileiro, mas, mais uma vez, quando dependia apenas de si, o Palmeiras falhou e teve que se contentar com o vice-campeonato e uma vaga direta na Libertadores 2018.

A classificação para a fase de grupos também foi o que o Santos conseguiu na temporada marcada por três eliminações nas quartas de final e também nenhum título.

No Campeonato Paulista, após oito anos, o Peixe não chegou à final. Foi eliminado nas quartas pela Ponte Preta, que ficaria mais tarde com o vice-campeonato, mas que seria rebaixada no fim do ano no Brasileiro. A queda na competição estadual e o início ruim na competição nacional fizeram com que o Peixe demitisse Dorival Júnior e contratasse Levir Culpi.

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(Foto: Alexandre Schneider I Getty Images)

A chegada do novo comandante, contudo, pouco mudou o panorama da equipe. Na Libertadores, o time foi derrotado dentro da Vila Belmiro e eliminado pelo Barcelona de Guayaquil. Na Copa do Brasil, nova ueda nas quartas de final, mas para o Flamengo.

Apesar de estar sempre na parte de cima da tabela no Brasileirão, Levir Culpi também não resistiu e foi demitido duas vezes na mesma semana. Primeiro, o presidente Modesto Roma tomou a decisão e voltou atrás após pedido dos jogadores. Poucos dias depois, porém, a dispensa foi definitiva e Elano assumiu o Alvinegro praiano na reta final do ano e classificou a equipe para a Libertadores.

O São Paulo, por sua vez, iniciou o ano sonhando alto com o ídolo Rogério Ceni no comando da equipe e logo de cara conquistando a Florida Cup, torneio de pré-temporada. A realidade, porém, foi bem diferente.

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(Foto: Rubens Chiri/São Paulo FC/Divulgação)

207 dias foi o tempo que o ex-goleiro ficou no comando do clube. Foi demitido após as eliminações no Paulistão para o Corinthians, na quarta fase da Copa do Brasil para o Cruzeiro na primeira fase da Sul-Americana diante do desconhecido Defensa y Justicia, e entrar na zona de rebaixamento do Brasileirão após a derrota para o Flamengo que colocou o Tricolor na zona de rebaixamento.

Dorival Júnior chegou para o seu lugar com a missão de salvar o São Paulo do rebaixamento e ainda tentando que remontar o elenco no meio da temporada por conta de inúmeras saídas e chegadas de jogadores. Um desses em especial foi um dos grandes responsáveis pela recuperação do clube do Morumbi: Hernanes.

O Profeta voltou ao Tricolor em julho deste ano já mostrando logo de cara sua importância ao se tornar a principal referência da equipe que conseguiu se livrar do fantasma do rebaixamento. Foram 19 jogos desde o seu retorno e a surpresa com a fase mais artilheira da carreira. Hernanes balançou as redes nove vezes e ainda deu três assistências.

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