Zagallo é merecedor de todas as homenagens, pelo que fez dentro dos gramados e na área técnica. E mesmo com todas as mudanças ocorridas ao longo dos anos no futebol, o ‘Velho Lobo’ teria, no auge de sua carreira tanto como jogador quanto como treinador, vaga em qualquer clube do mundo.
Porque em seus momentos mais marcantes, o alagoano que nesta quinta-feira (09) completa 87 anos mostrou estar à frente de seu tempo.
Na Seleção Brasileira de 1958, que voltou da Suécia com o nosso primeiro título mundial, Zagallo foi peça tática revolucionária. A sua entrega e organização na ponta-esquerda serviram como ponto de equilíbrio enquanto Garrincha fazia, do outro lado, os adversários sofrerem com seus dribles, provenientes de sua característica tão caótica quando espetacular.
Por causa dele, o 4-2-4 do Brasil passou a ter contornos de um moderno 4-3-3 com o qual, em 1962, a Seleção, quatro anos mais velha, garantiria o bicampeonato. Zagallo se esforçava nos gramados, e era premiado por isso. Está na história - dentre tantas outras razões - pelo gol marcado na decisão de 1958, o quarto nos 5 a 2 sobre os suecos.
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Em 1970, já como treinador, esteve à frente de outra Seleção antológica. Mas o seu mérito não existe apenas por ter reunido cinco ‘pontas-de-lança’, talvez os melhores do país à época (Jairzinho, Pelé, Gerson, Tostão e Rivellino). Existe, também, por ter convencido estes atletas a cumprirem com suas responsabilidades defensivas. Assim como ele mesmo havia feito, de forma revolucionária, em 1958.
O Brasil de 1970 conseguiu fazer frente a um futebol europeu cada vez mais forte fisicamente. Fez isso negando espaços aos adversários, quando esses tinham a bola: Jairzinho, Pelé, Rivellino e Gerson voltavam para o campo defensivo para marcar. E até Tostão também recuava. Quando a posse de bola era recuperada, o deleite era total e ficou marcado em outro título mundial. Por isso, nós só temos a agradecer.
