Bola Brasileirão 2022Fernando Torres / CBF

Libra segue sem diálogo com Liga Forte Futebol e negocia percentual com empresa árabe

A Liga do Brasil (Libra) não está disposta a negociar e atender às solicitações da Liga Forte Futebol (LFF), como soube a GOAL. A liga, que conta com o Flamengo e os quatro grandes de São Paulo, já fez um acordo para negociar 20% das ações do torneio para o Mubadala Investment Company, dos Emirados Árabes Unidos. A informação foi inicialmente divulgada pelo jornal O Globo e confirmada pela reportagem.

Há uma cláusula de confidencialidade que impede a divulgação de detalhes do negócio, mas o fundo colocará cerca de R$ 5 bilhões no projeto - o valor será dividido entre os clubes que fizeram adesão à proposta. A forma de distribuição da receita também não é confirmada. Por meio de nota oficial, a liga se manifestou:

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"Após a condução de um processo competitivo para recebimento de propostas conduzido pelo Banco BTG Pactual S.A. ("BTG Pactual") e pela Codajas Sports Kapital ("CSK"), foi aprovado, por unanimidade, em Assembleia Geral da Liga do Futebol Brasileiro - LIBRA, realizada no dia 7 de novembro de 2022, a concessão de um período de exclusividade ao Mubadala Capital para a negociação e formalização da documentação definitiva relacionada ao investimento no veículo comercial da Libra que fará a distribuição e venda de direitos de transmissão e comerciais do campeonato", explicou.

"O comitê de Investimento, formado por integrantes da LIBRA, será agora responsável, juntamente com o BTG Pactual e a CSK, pela pela condução das negociações relacionadas aos contratos definitivos e manterá os clubes associados à LIBRA permanentemente informados do andamento dos trabalhos", acrescentou.

Os clubes que trabalharam na criação da Libra são os cinco principais de São Paulo - Corinthians, Palmeiras, Red Bull Bragantino, Santos e São Paulo - e o Flamengo. Além disso, Botafogo, Cruzeiro e Vasco também participam do projeto.

Há uma liga dissidente, que conta com Athletico-PR, Atlético-MG, Ceará, Fluminense, Fortaleza, Internacional e outros. O projeto da LFF tem divergências na distribuição de receitas com a Libra. Houve discussão no decorrer do ano sobre a divisão de receitas. Porém, hoje, não existe diálogo.

Não há qualquer tipo de reunião ou conversa agendada entre as partes. A Libra entende que é mais forte no momento e não está disposta a ceder às tentativas de mudança na distribuição do valor vindas da LFF.

Hoje, os clubes da Libra creem ter força o suficiente para criação de um novo campeonato, sem a participação dos demais, se assim for necessário.

Qual o problema?

O principal entrave para tirar as ligas do papel é a questão financeira. Existe uma discussão entre as partes sobre a divisão do valor da liga, cerca de US$ 1 bilhão por temporada. De acordo com a proposta confeccionada pelos criadores da Libra, os valores seriam distribuídos da seguinte forma: 40% igualitário, 30% por performance e 30% por engajamento.

Os criadores da Liga Forte Futebol fazem as seguintes solicitações: (i) Divisão de receita de 50% igualitário, 25% performance e 25% comercial, com parâmetros objetivos e mensuráveis; (ii) Diferença de receita entre maior e menor clube tendo como alvo o limite de 1.6 ao longo do tempo (referência Premier League), com o teto de 3.5 a partir do primeiro ano; (iii) Compromisso de que a Série B receba 20% dos recursos de venda de direitos de transmissão.

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