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Iniesta, exclusivo: "Se Deus quiser, não será uma lesão que irá encerrar a minha carreira"

Herói do título mundial da Espanha em 2010, um dos maiores jogadores de sua geração, lenda no Barcelona por mais de uma década... Andrés Iniesta fez história por onde passou. Agora, no Vissel Kobe, segue em atividade em novos desafios na Ásia.

Em entrevista exclusiva concedida à Goal, falou sobre a seleção espanhola, o treinador Luis Enrique, Pedri, pandemia, entre muitos outros assuntos.

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Confira!

kobe-iniesta(C)Getty Images

Como vem sendo a pandemia e sua vida no Japão?

Estou a três anos no Japão e cada vez mais encantado com o país, tanto como profissional, tanto como em um nível possível. Saborear a experiência é fundamental, ficar em paz com sua cabeça, com seu corpo. A um ano e meio ficou tudo mais complicado, como no resto do mundo. Tudo está fechado, temos que seguir vacinando. Meu desejo é que no final do ano, tudo esteja mais normal. Mas precisamos que todos se vacinem.

Você já disse que jogaria só até os 37, 38 anos, mas renovou nesta temporada até 2023.

Estou bem. Não vem sendo fácil se recuperar de lesão, mas me sinto muito bem, com vontade de ganhar e seguir jogando. Sigo feliz em ir treinar e entrar em campo. Estou me cuidando cada vez mais para que isso seja possível. Até que eu saiba que chegou a hora de parar.

Sua lesão foi complicada, teve até que fazer cirurgia. Pensou em se aposentar?

Você tem que pensar. Eu me machuquei, fui para o departamento médico, com 37 anos. Sendo realista, tenho dois, três anos até o final da minha carreira. É lógico que esse tipo de coisa passa pela minha cabeça. Mas logo a experiência te manda outras ideias. Quando me lesionei, a única coisa que eu pensei era se recuperar e seguir jogando, seguir ajudando meu time. Se Deus quiser, não será uma lesão que encerrará a minha carreira.

Você está considerando, quando se aposentar, ser treinador. Na seleção espanhola, o que você pensa de Luis Enrique, alguém que você conhece muito bem?

Ele é um treinador que deixa as coisas muito claras. Um treinador sempre precisa ser um líder, e ele faz isso com perfeição: confia em seus jogadores e em sua metodologia de trabalho. Logo, as coisas melhorarão.

20210821_Iniesta(C)Getty images

Depois de uma Eurocopa interessante, agora aparece uma Liga das Nações no horizonte em outubro.

Estamos em um momento de mudança de gerações, é algo que requer tempo. Precisamos ter confiança. Fizemos uma grande Eurocopa, mas estamos vivendo dificuldades comuns, normais nas eliminatórias, como aconteceu em todas as disputas. Eu tenho muita confiança em Luis Enrique e neste grupo.

Falando nisso, você acha que Pedri pode ser o "Iniesta" dessa geração?

Meu desejo é que Pedri seja Pedri. Ele já é importante na seleção e no Barcelona por suas qualidades, sua capacidade incrível, seu nível altíssimo. É um garoto de 17, 18 anos, as vezes perdemos a perspectiva; ele precisa seguir trabalhando, crescendo, aprendendo, se superando. Não existe um segredo, ele está fazendo o necessário. É sempre complicado fazer comparações, ele precisa seguir aproveitando o futebol e as coisas que é capaz de fazer, é genial. Seu talento está acima de qualquer coisa.

Já falou com ele, deu conselhos?

Sim, já falamos várias vezes sobre a vida e o futebol. Eu sempre lhe digo, as comparações são normais, mas é fundamental que ele tenha noção de suas capacidades, o que precisa melhorar e seguir evoluir. Está no melhor lugar possível para crescer e tem a confiança dos treinadores, algo que sempre é fundamental.

A Goal Itália me pede para você lembrar quando ovacionado na noite fatídica em Roma, quando o Barcelona ainda estava conseguindo a classificação.

A noite, como você bem diz, foi horrivel para nós. E foi minha última partida na Liga dos Campeões. Mesmo assim, guardo com carinho qualquer homenagem, qualquer carinho. Sempre respeitei muito o torcedor italiano pois eles sempre me respeitaram, me demonstraram carinho e respeito. Isso foi muito bonito.

Já a Goal Inglaterra me pede para perguntar sobre Mount ou Foden, dois jogadores jovens que atuam como meias e que assumidamente se inspiram em seu futebol. O que você pensa sobre ambos?

São coisas que me deixam feliz, sobretudo quando ouço de companheiros de profissão, de jovens extremamente talentosos e que estão predestinados a marcarem época em seus clubes. Fico encantado. São jogadores diferentes, intensos durante todo o jogo, mas que fazem a diferença com a bola nos pés e com suas qualidades.

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