Carlos Sanchez Santos 18082018Pedro G. Azevedo/Santos/Divulgação

Destaque santista, Sanchez conta que passou fome na infância e reagiu após abandono do pai

Carlos Sánchez não esconde o sentimento de culpa por ter sido o pivô da eliminação do Santos na Libertadores, já que o clube o escalou para o duelo contra o Independiente nas oitavas de final do certame continental sem saber que o meio-campista estava em situação irregular. Entretanto, promete um elenco cada vez mais forte para os desafios futuros que chegarão.

"Não tem uma explicação certa para o que se passou. Nem ele [o técnico Cuca] e nem eu temos culpa. É uma situação muito difícil, não sei explicar se foi culpa de alguém. Mas eu me sinto envolvido. Foi meu nome e eu estava expulso. Doeu muito ficar fora da Libertadores dessa maneira, porque não perdemos. Iríamos para os pênaltis. Foi muito duro o que aconteceu", disse em entrevista ao UOL.

Caudilho no meio-campo santista, que tem a segunda melhor campanha no segundo turno deste Brasileirão (o que coloca o Peixe na disputa por uma das vagas na próxima Libertadores), Carlos Sánchez está acostumado a superações. Com apenas oito anos, tomou a decisão de levar o futebol a sério para ajudar em casa após ver o pai abandonar a família para jamais retornar. No Uruguai, ele driblou a fome e a tentação da criminalidade em meio à pobreza para triunfar na vida.

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Carlos Sanchez Santos 18082018Pedro G. Azevedo/Santos/Divulgação(Foto: Pedro G. Azevedo/Santos/Divulgação)

“Nossa situação financeira não era das melhores. Não tinha um pai em casa para trabalhar e ajudar. Era minha mãe para tudo. Foi difícil, não havia um prato de comida todos os dias. Quem já passou por essa situação sabe o que estou falando. Mas dou graças a Deus por termos saído disso (...) É um orgulho para minha mãe que eu não tenha entrado no crime... O futebol me salvou", confessou o uruguaio de 33 anos, que pensa em jogar por cerca de três anos na Vila Belmiro antes de retornar ao Liverpool de seu país natal, onde tudo começou em sua carreira.

"Temos que seguir adiante. O grande desafio é a vaga na Libertadores. Nosso clube é bom, a torcida é boa, nosso técnico é bom, temos muitos jovens bons, jogadores técnicos e alguns estrangeiros que são o tempero... Nosso torcedor pode ter confiança, pode esperar grandes coisas. Neste ano, o Santos passou por muitas situações, como a Libertadores e a Copa do Brasil encerrando o jogo antes do fim. Que isso sirva para o bem, que o clube e o elenco se fortaleçam e o fruto seja colhido ano que vem".

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