O lado esquerdo da Seleção Brasileira é sem dúvida o setor do campo onde o Brasil reúne o maior número de jogadores com qualidae técnica. Marcelo, Neymar e Coutinho formam uma trinca de assustar os adversários. No entanto, pode ser não só o ponto forte como também o mais fraco da equipe de Tite.
Técnica, passe, velocidade, inteligencia e drible são algumas das características que esses três jogadores possuem e deixam a cargo da Seleção Brasileira, mas ao mesmo passo em que o trio reúne enorme qualidade ofensiva, têm dificuldades defensivamente.
A começar por Marcelo, o lateral que no Real Madrid tem menos responsabilidades defensivas do que na Seleção vem de grande temporada fazendo a diferença na Champions League. Titular absoluto de Tite, no entanto, ele não tem a mesma liberdade para atacar com a Amarelinha, até porque conta com Neymar a sua frente.
(Foto: Pedro Martins / MoWa Press / Divulgação)
O camisa 10, por sua vez, é outro que defensivamente não compõe a defesa tão bem quanto a ataca, o que é natural. Para isso, Tite conta com Gabriel Jesus, que se desdobra mais para fechar o time do que o Neymar, que por isso ganha mais liberdade.
Desde que chegou para vestir a camisa 9, em 2016, diante do Equador, Gabriel Jesus foi quem ficou responsável por fechar a segunda linha, pelo lado esquerdo, ele por diversas vezes fez a cobertura de Phillippe Coutinho, o que o torna ainda mais importante na equipe e o que faz estar a frente de Roberto Firmino.
Coutinho também não tem o perfil de atacar e defender tão bem e com a responsabilidade de ditar o ritmo no meio-campo, precisa estar mais inteiro para conseguir dar o passe com qualidade e chegar mais a frente quando necessário.
Com isso, os três jogadores de mais qualidade da equipe, atuam pelo menos setor, o que sem dúvida será muito explorado pelos adversários. Contra equipes da prateleira de cima do futebol mundial, por exemplo, Tite desenvolveu a variação com a entrada de Fernandinho, ou na vaga de Willian ou do proprio Coutinho, para dar mais poder de marcação por ali, ajudando Casemiro.
Pedro Martins/MoWa Press
(Foto: Pedro Martins / MoWa Press / Divulgação)
Desta forma, Casemiro se torna peça essencial para fazer a cobertura no setor, algo que ele já faz no Real Madrid, mas na Seleção a responsabilidade aumenta, pois a fragilidade por ali começa desde o setor ofensivo.
Quem ganha com isso é Paulinho, que fica com o corredor do meio-campo para explorar e chegar como um segundo atacante no campo ofensivo. Ele é uma "arma secreta", capaz de surpreender a marcação do adversário e chegar com qualidade na área para finalizar.
Na primeira fase, é bem provável que Tite siga com o quarteto formado por Coutinho, Neymar, Willian e Jesus, mas para jogos contra adversários mais fortes, o treinador pode fazer alguma modificação exatamente com a intenção de proteger o lado esquerdo.