PS Renato Augusto

Renato Augusto relembra momento difícil nas Eliminatórias: ''muitos achavam que ficaríamos de fora da Copa"

Renato Augusto se tornou um dos pilares da Seleção Brasileira, antes mesmo de Tite assumir o comando da equipe, o meio-campista já começava a conquistar seu espaço, mas desde a chegada do treinador com quem trabalhou no Corinthians, o camisa 8 cresceu bastante e foi aí que se consolidou no grupo que garantiu uma vaga na Copa do Mundo da Rússia.

Revelado nas categorias de base do Flamengo, Renato começou a carreira atuando como meia-armador, meia-direita e até atacante, mas é curiosamente mais distante do gol que o jogador conquistou o Campeonato Brasileiro pelo Corinthians sendo um dos destaques e a titularidade na Seleção Brasileira. 

Em entrevista exclusiva à Chevrolet Brasil Global Tour, Renato Augusto garantiu que está é a posição em que mais gosta de atuar.

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"Essa é a posição que mais gosto de jogar e onde me sinto mais à vontade, É a posição que você acaba tocando bastante na bola. Há uma responsabilidade defensiva muito grande. Eu me adaptei bem a ela, tanto no Corinthians quanto aqui na seleção".

Atuando mais recuado, Renato acaba ficando mais longe do gol e consequentemente balançando menos as redes, para se ter uma ideia, em quatro jogos com Dunga nas Eliminatórias ele marcou dois gols e com Tite apenas 1 em 12 partidas, mas isso não é algo que incomoda o camisa 8.

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(Foto: Thomas Santos / MoWa Press / Divulgação)

"Como falei antes, é uma posição em que gosto de jogar e a responsabilidade defensiva é maior. O Paulinho sai bastante, chega muito na área adversária, e eu procuro fazer mais a iniciação das jogadas. Mas, pra mim, o que mais importa é ganhar o jogo, independentemente de quem faça o gol. Isso não é uma coisa que me incomoda".

Renato surgiu como uma grande promessa e rumou cedo para a Europa, lá defendeu as cores do Bayer Leverkusen e viveu bons momentos no time alemão, chegou à Seleção em 2011, mas as constantes lesões o atrapalharam tanto na Canarinho quanto no clube. Em 2013 decidiu voltar ao Brasil para defender as cores do Corinthians e lá reencontrou a melhor forma física.

Livre das lesões, conquistou títulos importantes no time paulista e se consolidou na Seleção, é figurinha quase certa no elenco brasileiro para a disputa da Copa da Rússia. Hoje no futebol chinês Renato Augusto diz se sentir bem, mas não descarta a possibilidade de retornar ao futebol europeu.

PS Renato Augusto

"É uma vida muito boa, a cidade é boa, eu e minha esposa nos adaptamos muito bem. É um lugar onde eu me sinto bem. Mas, é claro, se chegar algo muito bom da Europa, como foi o caso do Paulinho, vamos sentar para conversar e analisar. Tudo pode acontecer. Nunca se sabe". 

Abaixo, confira na íntegra a entrevista com o meio-campo da Seleção Brasileira.

BGT: Apesar de Tite fazer o rodízio da faixa de capitão percebemos que você e o Miranda são dois jogadores em que ele confia muito e todo tempo chama você ou ele para passar informações na beira do gramado. Você se sente um capitão mesmo sem a faixa?

Renato Augusto: A faixa de capitão é mais um símbolo. Tem vários jogadores que podem utilizá-la. Ninguém vai mudar por estar usando ou não. Mas esse rodízio acabou sendo bom, porque dividiu mais a responsabilidade do grupo. Eu sei da minha e tento ajudar da melhor maneira possível.

BGT: Com a saída do Dunga, parece que muita coisa mudou na Seleção, o clima ficou mais leve. Internamente, qual foi a principal mudança com a troca de treinador?

Renato Augusto: "Às vezes, as mudanças acontecem e dão certo. O Tite tem uma forma bem pessoal de levar o grupo, e isso ajudou bastante. E a forma que ele nos passou de como fazer as coisas, sempre tentando mostrar o porquê de fazer aquilo. Então, foi acontecendo e acabou dando certo. Não sei dizer exatamente o que mudou exatamente. Foi mais a forma dele de conduzir mesmo".

pódio - Brasil x Alemanha 2008Laurence Griffiths/Getty Images
(Foto: Getty Images)

BGT: Você foi campeão olímpico no Maracanã, palco onde deu os primeiros passos no futebol. O que isso significou para você? Teve que "chorar" para os chineses para conseguir a liberação?

Renato Augusto: "A Olimpíada foi marcante pra mim, mais do que especial. Foi onde eu comecei como torcedor e jogador. O Maracanã sempre foi praticamente a minha segunda casa. Foi muito difícil a liberação. Entendi o lado do clube, mas procurei passar o meu também. Conversamos bastante e agradeço muito aos chineses por terem entendido e me liberado".

BGT: Com a ausência do Gil nas ultimas listas e a saída do Paulinho para o Barcelona você seria o único "chinês" na lista. Chegou a pensar nisso? Mas ai veio o Tardelli na última convocação. Você acha que acabou o preconceito com o jogador que atua na China?

PS Renato Augusto

Renato Augusto: "É um pouco difícil, porque muitas pessoas não acompanham e não sabem o que acontece lá. O importante é estar bem fisicamente e tecnicamente para chegar, jogar bem e dar uma resposta para o treinador e pra você mesmo. Independentemente de onde você está jogando, temos sempre que estar com a cabeça boa para jogar bem".

BGT: Qual foi o momento mais difícil pra você nessas Eliminatórias? E a vitória mais surpreendente?

Renato Augusto: "Teve um momento difícil, que foi aquele empate em casa com o Uruguai, seguido de um empate com o Paraguai fora. Muitos achavam que ficaríamos fora da Copa. Então, foi um pouco complicado. E a vitória mais surpreendente foi sobre o Equador, no estádio deles. Por ser o primeiro jogo do Tite, não sabíamos como a equipe se comportaria em campo. Acabou dando certo e foi um passo importante para começarmos a vencer. E emendamos uma bela sequência".

BGT: Neymar ficou em terceiro na disputa como melhor do mundo da última temporada, mas na próxima com Copa do Mundo você acha que ele consegue faturar esse prêmio?

Renato Augusto: "Vai ser uma coisa muito natural ele ganhar o título de melhor do mundo. Já é um dos melhores hoje e acredito muito que, dentro de dois ou, no máximo, três anos ele será apontado como o melhor. O que é bom para o futebol brasileiro. Ele vem evoluindo a cada ano e ficando cada vez mais próximo".

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